Joesley vai ficar em silêncio em interrogatório das CPIs da JBS e do BNDES

BRASÍLIA - As CPIs da JBS e do BNDES recebem nesta terça-feira, em audiência conjunta, o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS. Conforme o GLOBO apurou, o delator ficará em silêncio durante o interrogatório. Na semana passada, os advogados de defesa já haviam enviado documento que indicava essa postura. O texto destacava o silêncio de outros depoentes e questionava se a presença de Joesley não geraria gastos públicos "desnecessários". O empresário chegou ao Congresso às 8h30 sob escolta da Polícia Federal (PF). A sessão começou às 9h43.
Ao optar pelo silêncio, Joesley adotará a mesma linha de seu irmão, Wesley Batista, e do executivo Ricardo Saud, também preso. O empresário-delator está preso desde que seu acordo de colaboração foi rescindido pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.
A rescisão da delação aconteceu após ser divulgado um áudio em que Joesley conversava com Saud sobre a estratégia para fechar o acordo. Ele relatava que havia outras gravações não entregues à Justiça.
Na conversa, o empresário também comenta sobre a participação do ex-procurador Marcello Miller nas negociações do acordo firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR). No entanto, Miller ainda era procurador quando ajudou a JBS. E, depois, foi trabalhar numa banca que atuava para o grupo empresarial.
Após o acordo com a PGR ser rescindido, Joesley foi preso sob a acusação de "insider trading". Ou seja, detido pela suspeita de o grupo empresarial obter lucro no mercado financeiro com informações privilegiadas sobre sua própria colaboração premiada.
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ASSUNTOS: interrogatório, Joesley Batista, silêncio, Brasil