A jovem de 23 anos que está acusando Gabriel Monteiro de estupro, relatou detalhes sobre a violência que sofreu. A vítima disse que conheceu o ex-vereador no dia 15 de julho deste ano, na reinauguração da boate Vitrinni, na Barra da Tijuca, no Rio, e em seguida seguiram para a casa de um amigo do suspeito, no bairro do Joá, onde o abuso aconteceu.

Segundo a denúncia assinada pelo promotor Marcos Kac, quando ambos chegaram na residência, Monteiro levou a mulher para o andar de cima, enquanto uma amiga dela aguardava em outro cômodo. 

Assim que entraram no quarto, Gabriel foi ao banheiro e ao retornar trancou a porta e tirou uma arma da cintura, e "passou no rosto da vítima, constrangendo-a com o fim de ter conjunção carnal, e começou a rir", diz o depoimento. Em seguida, ele pegou o celular para tentar filmar a situação, mas o aparelho estava sem bateria. 

Conforme o relato à polícia, "ele [Monteiro] partiu para cima da declarante para tirar a sua roupa de forma violenta, porém, a declarante teria dito que tiraria a própria roupa e que ele tirasse a dele; que, após a declarante tirar a roupa, Gabriel a empurrou de forma violenta sobre a cama e começou a ter relação sexual de forma também violenta e sem preservativo".

Ainda segundo a vítima, Gabriel fazia perguntas e a cada resposta ele desferiu um forte tapa em seu rosto. 

"A cada pergunta respondida ou não, recebia um tapa no rosto muito forte, quais sejam: você é minha? Você está gostando? Se eu pedir para você ficar com um dos meus seguranças na minha frente, você ficaria? Que ao responder que não ficaria com o segurança, recebeu um tapa no rosto muito forte. Na segunda vez, que ele perguntou novamente sobre o segurança, com medo respondeu que sim, porém recebeu um tapa mais forte e que Gabriel disse que ela não tinha personalidade."

Na sequência, a jovem disse que o ex-vereador a segurou pelos braços, a imobilizando, momento em que ela tentou se proteger. Ao reagir, Monteiro disse: "Se você continuar assim, vai ser pior. Eu vou lhe espancar", contou a vítima. Também conforme o relato, Gabriel teria dito que se ela engravidasse "seria uma honra" e que ele "assumiria". 

Após sofrer a violência, a vítima explicou que saiu do quarto após Monteiro dormir. No lado de fora, ela recebeu ajuda dos seguranças, que a ofereceram um copo de água. Segundo a mulher, um deles teria perguntado se ela gostaria de ir até uma delegacia, entretanto, por medo, ela se recusou a prestar queixa naquele momento. 

Prisão - O juiz Rudi Balsi Loewenkron, da 34ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, decretou a prisão preventiva de Gabriel. Nesta segunda-feira (7) ele se apresentou na 77ª Delegacia de Polícia (DP), em Niterói. Antes de entrar, ele gravou um vídeo afirmando que sua "inocência será provada", disse.