O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai publicar nos próximos dias um decreto que estabelece o valor do salário mínimo para 2025, que deverá ser corrigido para R$ 1.518. O aumento será de R$ 106, representando uma elevação de 7,5% em relação ao valor atual de R$ 1.412, com um aumento real, acima da inflação. A correção valerá a partir de janeiro, com pagamento programado para fevereiro de 2025. A medida deve ser publicada até o dia 31 de dezembro.

Apesar do aumento, o valor do salário mínimo será inferior ao previsto inicialmente devido a um teto de 2,5% que foi estabelecido pela nova fórmula de correção, aprovada no pacote de corte de gastos. A regra anterior, que considerava o crescimento do PIB de dois anos antes (3,2%), foi alterada para controlar as despesas públicas, o que resultou em um reajuste mais baixo. Sem o teto, o aumento estimado seria de R$ 1.528.

Com a nova fórmula, o impacto do reajuste será menor do que o inicialmente projetado. Além disso, a mudança de regra gerará uma economia significativa para o governo: a medida reduzirá os gastos em cerca de R$ 4 bilhões em 2025 e diminuirá as despesas com aposentadorias e benefícios vinculados ao salário mínimo, como o BPC. Estima-se que os benefícios pagos a aposentados e pensionistas também serão menores nos anos seguintes.

O salário mínimo, que serve como referência para 59,3 milhões de pessoas no Brasil, incluindo trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas sociais, terá efeitos diretos no consumo e na economia. A restrição ao aumento real pode afetar o poder de compra das famílias, o que, segundo analistas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), pode impactar o crescimento econômico nos próximos anos.