Mais de 40 alunos param no hospital após compartilharem agulha em aula
Um episódio alarmante ocorreu em uma escola estadual de Laranja da Terra, na Região Serrana do Espírito Santo, onde 43 alunos foram submetidos a exames hospitalares após uma aula prática de Química. Durante a atividade, o professor utilizou a mesma agulha para coleta de sangue dos estudantes, gerando preocupação e alerta para riscos de infecção. A atividade, realizada sem autorização pedagógica, resultou na demissão do professor e na abertura de investigação pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu).
Os alunos, com idades entre 16 e 17 anos, participaram da aula de Práticas Experimentais em Ciências, que visava demonstrar a tipagem sanguínea. A situação gerou apreensão entre os pais, que buscaram as autoridades de saúde e policiais. A Secretaria Municipal de Saúde de Laranja da Terra prontamente acionou o hospital local e a Vigilância Epidemiológica para iniciar o protocolo de testagem. Tanto os alunos quanto o professor foram submetidos a testes para doenças infecciosas, com resultados negativos até o momento.
A médica infectologista Ana Carolina D'Ettores alertou para o alto risco do compartilhamento de agulhas, que pode levar à transmissão de doenças como HIV e hepatites B e C. Ela reforçou a importância do acompanhamento médico dos alunos, com exames de sangue regulares nos próximos meses, para monitorar possíveis manifestações de doenças. A médica destacou que "O recomendado é sempre que não se reutilize nem no próprio paciente a mesma agulha. Toda agulha que é utilizada por qualquer pessoa deve ser descartada após o uso. E claro, antes de utilizar a área que terá o contato com a agulha precisa ser higienizada e descartada de forma coleta, para o tipo de lixo específico apenas para material biológico".
As autoridades de saúde e educação se mobilizaram para garantir o acompanhamento dos alunos. A Sedu informou que os estudantes estão bem e frequentando as aulas normalmente, e que testes complementares estão sendo realizados. A Secretaria Municipal de Saúde e a Sesa realizaram uma reunião para definir os protocolos de acompanhamento, incluindo novos testes em 30 dias. A escola também promoveu um encontro com pais e alunos para esclarecimentos.
A Polícia Civil informou que o caso está sob investigação da Delegacia de Polícia de Laranja da Terra, e detalhes não serão divulgados no momento. A Sedu reforçou que a atividade foi realizada sem autorização e que todas as medidas necessárias foram tomadas. A Secretaria Municipal de Saúde segue acompanhando o caso, prestando apoio aos alunos e familiares.
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