Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, entregou Braga Netto e complicou ainda mais a situação do ex-presidente nas investigações sobre um plano golpista para assassinar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. O objetivo seria preservar os benefícios de sua delação premiada, segundo informou o colunista de política da GloboNews, Valdo Cruz, nesta quinta-feira (21).

De acordo com o jornalista, pessoas que tiveram acesso ao depoimento de Mauro Cid no Supremo Tribunal Federal (STF) consideraram a audiência "muito boa". Ele confirmou a participação de Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, nas reuniões sobre o planejamento dos assassinatos.

Cid teria ido além do esperado, fornecendo informações que também comprometem diretamente Jair Bolsonaro, algo que vinha evitando em depoimentos anteriores. Após a audiência, o advogado de Cid, César Bittencourt, afirmou que a delação foi mantida porque seu cliente cumpriu o compromisso de revelar tudo o que sabe sobre os acontecimentos no governo Bolsonaro.

Antes disso, a Polícia Federal havia solicitado a anulação dos benefícios da delação, que incluem redução ou perdão de penas, também estendidos ao pai de Cid, o general Lourena Cid, envolvido em casos de joias recebidas por Bolsonaro. A PF suspeitava que Mauro Cid estava ocultando informações sobre os planos golpistas, o que violaria o acordo de colaboração.