MP aponta edição nas imagens de suposta agressão a Garotinho
RIO — Após nova perícia no sistema de câmeras da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, o Ministério Público concluiu que há indícios de interferência humana na gravação das imagens do dia em que o ex-governador Antonhy Garotinho relatou ter sido agredido.
Os peritos identificaram que três câmeras no presídio foram desligadas, e uma teve a imagem congelada. De acordo com o laudo, houve ausência de movimento com padrão de "interrupção". Isso significa que houve saltos na contagem de tempo dos relógios das câmeras.
— Na tela, você tem opção de dizer onde aquela camera está e você coloca o que a gente chama de time code que é um reloginho que vai girando. O próprio reloginho mostrava que a gravação parava continuava curtinho e ela deu um salto grande no horário que estava ali estampado na tela onde nós estávamos assistindo. Era algo assim, nada escondido. Algo bem claro, qualquer um poderia ter visto isso — contou Maria do Carmo Gargalione, diretora da divisão de evidencias digitais e tecnologia, ao site G1.
O ex-governador Anthony Garotinho foi preso no dia 22 de novembro. No dia seguinte, foi levado para a galeria B, uma ala que estava desativada. Único preso no local, ele diz que foi agredido na madrugada do dia 24, por um suposto homem que bateu no joelho dele com um bastão parecido com um taco de beisebol.
O MP vai ouvir novamente o ex-governador e também os agentes penitenciários que trabalhanvam naquela noite.
A defesa de Garotinho informou que vai processar o estado do Rio e pedir à polícia que apure fraude processual praticada por agentes da Seap.
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