MP denuncia 6 pessoas no caso dos órgãos infectados com HIV
O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou, nesta terça-feira (22), denunciou 6 pessoas no caso do transplante de órgãos infectados com HIV. Seis pacientes que passaram por transplantes de coração, rim, fígado e córnea testaram positivo para a doença.
Os denunciados são sócios e funcionários do PCS Salem, laboratório contratado pela Fundação Saúde para analisar os órgãos doados. Quatro deles já estão presos, sendo Jacqueline Iris Barcellar de Assis, funcionária; Walter Vieira, sócio; Ivanilson Fernandes dos Santos, funcionário; Cleber de Oliveira Santos, funcionário; Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora.
O sexto denunciado é sócio do laboratório Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, que está solto. A prisão dele também foi solicitada na denúncia, além de conversão da prisão temporária para preventiva dos outros 5 investigados.
Entre os crimes que os 6 investigados respondem estão associação criminosa, lesão corporal e falsidade ideológica. A funcionária Jacqueline Iris Barcellar de Assis responde também por falsificação de documento particular. A investigada é acusada de usar o registro profissional de outra biomédica para assinar laudos que atestavam a não detecção do vírus HIV em doadores de órgãos.
"Os denunciados tinham plena ciência de que pacientes que recebem órgãos transplantados recebem imunossupressores para evitar a sua rejeição, e que a aquisição de qualquer doença em um organismo já fragilizado, principalmente HIV, seria devastadora", citou a promotora Elisa Ramos Pittaro Neves.
Na denúncia, o Ministério Público também cita que as filiais do PCS "não possuíam sequer alvará e licença sanitária para funcionamento". Um relatório de inspeção da Anvisa revelou que o PCS não tinha kits para realização dos exames de sangue nem apresentou documentos comprovando a compra dos itens, o que levantou a suspeita de que os testes podem não ter sido feitos e que os resultados tenham sido forjados.
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