MP pede que jurados condenem Lessa e Élcio em todos os quesitos pela morte de Marielle
No segundo dia do júri dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, confessos dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, o promotor Eduardo Martins solicitou aos jurados a condenação integral da dupla.
Ele afirmou que os réus só colaboraram ao perceberem que seriam descobertos, buscando benefício em troca da confissão. "Que arrependimento é esse com algo em troca? Vocês já pediram arrependimento a alguém e disseram: 'quero seu perdão se me der alguma coisa em troca'? Porque foi isso que eles fizeram. Eles são réus colaboradores. Eles não vieram e se arrependeram. Eles vieram ao Ministério Público e pediram algo em troca para falar o que falaram", disse o promotor.
"Até ontem, até outro dia, os dois estavam aqui negando todas as imputações. Negando. 'Eu não estava no carro'. 'Não era eu'. 'Não fui eu'. 'Eu não tenho motivo para matar'. 'Eu não conheço essas pessoas'. 'Eu nunca ouvi falar de Marielle'. 'Nunca ouvi falar de Anderson'. Então quer arrependimento é esse?", completou.
Martins também criticou o pedido de perdão de Lessa, considerando-o uma estratégia para redução de pena. Em depoimento, Lessa descreveu o crime com frieza, detalhando como mirou os disparos para atingir a cabeça de Marielle. Em um dado momento, o promotor apresentou slides sobre a investigação, como a recuperação do histórico de busca no Google feita por Ronnie antes do crime. Nessa hora, Luyara, filha de Marielle, deixou o plenário.
O promotor destacou também que após condenados, os ex-PMs terão que cumprir parte da pena em regime fechado. "O Ministério Público fez um acordo e eles vão cumprir 30 anos de pena. Eles vão cumprir toda a pena máxima da legislação. A única diferença é que eles terão algumas progressões. Mas, é bastante tempo que eles ficarão no regime fechado. Esse é um dos acordos mais rígidos do Brasil".
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