O Papa Francisco autorizou a beatificação do padre italiano Nazareno Lanciotti, assassinado aos 61 anos em Jauru, Mato Grosso, no ano de 2001. A decisão, tomada na última segunda-feira (14), reconhece o religioso, conhecido por sua luta contra injustiças e abusos de poder, como "servo de Deus" pela Igreja Católica.

A Prefeitura de Jauru celebrou a autorização do Vaticano, expressando a emoção da comunidade local em um comunicado nas redes sociais: "A comunidade jauruense celebra com fé e emoção esse importante passo rumo à sua santidade".

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Padre Nazareno dedicou sua vida à missão em Mato Grosso, estabelecendo-se em Jauru, onde fundou a casa de repouso para idosos Coração Imaculado de Maria, um seminário, uma escola e um hospital. Após sua morte, fiéis iniciaram o processo de canonização, e em 2007, a Santa Sé autorizou a investigação sobre sua vida e martírio. A documentação foi entregue ao Vaticano dez anos depois.

Um dos critérios para a beatificação é o reconhecimento de que a morte ocorreu por ódio à fé, conforme o Movimento Sacerdotal Mariano do Brasil. Nascido em Roma, Itália, em 1940, Nazareno Lanciotti tornou-se sacerdote em 1966 e chegou a Jauru em 1972, por meio do projeto voluntário Operação Mato Grosso. Sua atuação na cidade incluiu celebrações em igrejas improvisadas, assistência a doentes e necessitados.

Em 1974, fundou a paróquia Nossa Senhora do Pilar e, em 1987, tornou-se presidente nacional do Movimento Sacerdotal Mariano. Além do trabalho espiritual, o padre Nazareno destacou-se pela defesa dos direitos humanos, denunciando exploração infantil, prostituição e tráfico de drogas na região. Ele chegou a intervir em um conflito armado para evitar mortes por disputa de terras.

Em fevereiro de 2001, o padre Nazareno Lanciotti foi assassinado em sua própria residência por dois homens armados.