Passeio ao Cristo Redentor pode ficar mais caro para os visitantes
RIO - Em breve, quem for ao Corcovado será convidado pelo Ministério do Meio Ambiente a fazer uma doação em dinheiro para a campanha Amigos do Cristo, ligada à Igreja. Além de pagar entre R$ 13 e R$ 75 pelo passeio — dependendo da época do ano e do tipo de transporte usado —, o visitante poderá fazer uma contribuição voluntária, entre R$ 2 e R$ 4, que será integralmente destinada à entidade. A medida, que deve ser anunciada oficialmente na próxima semana, foi divulgada ontem pelo ministro Edson Duarte, um dia após O GLOBO mostrar que o cartão-postal está no meio de uma disputa entre a Arquidiocese do Rio — responsável pelo platô onde fica o monumento — e a direção do Parque Nacional da Tijuca, que pertence ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e administra a área que dá acesso à estátua.
A Arquidiocese diz que gasta R$ 5 milhões por ano com a manutenção do Cristo e nada recebe da arrecadação pela entrada no parque. Já o ministério alega que é impedido legalmente de repassar parte do valor do ingresso, um recurso federal, para a entidade religiosa.
UM MAL-ENTENDIDO
Além da questão financeira, a Igreja afirma que vem sofrendo restrições para chegar ao santuário, e que padres foram impedidos de subir à capela. Atualmente, durante o horário de visitação, para a entrada de grupos com mais de 30 religiosos é necessário autorização do parque, que alega questão de logística.
O ministro garante que a proibição da entrada não passou de um mal-entendido envolvendo servidores do parque, e que medidas já estão sendo tomadas para evitar novos contratempos. Hoje haverá no Rio uma reunião entre a Arquidiocese e o ICMBio.
— Reconhecemos a importância do Cristo Redentor como um grande atrativo para o parque. Nunca houve limite para a visitação da Igreja. Eles só precisam informar por uma questão de logística. A partir das próximas semanas, grupos de até 45 ou 50 pessoas poderão entrar sem aviso prévio. E vamos criar uma instância superior para que o servidor do parque saiba a quem recorrer em caso de dúvida.
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