PM que jogou homem de ponte em São Paulo vira réu

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A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réu o policial militar Luan Felipe Alves Pereira, filmado no ano passado arremessando um homem de uma ponte na Zona Sul da capital paulista. O PM responderá judicialmente por tentativa de homicídio, conforme a decisão da 2ª Vara do Júri. O caso ganhou notoriedade após a divulgação de um vídeo gravado por uma testemunha, que flagrou o momento em que o soldado da PM ergueu e lançou Marcelo Amaral, de 25 anos, de uma ponte localizada na Vila Clara. A defesa do policial militar não se manifestou sobre o caso.
Apesar de ter sido indiciado pela Corregedoria da PM e pela Polícia Civil por tentativa de homicídio, o soldado Luan Felipe Alves Pereira obteve habeas corpus da 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de SP. A decisão permite que ele responda ao processo em liberdade, sob a condição de não exercer função pública e manter uma distância mínima de 300 metros da vítima. A justificativa para a concessão do habeas corpus foi que a prisão preventiva seria uma "antecipação de pena".

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Na denúncia aceita pela Justiça, o promotor de Justiça Vinicius França destacou a altura de quase quatro metros da ponte de onde Marcelo Amaral foi lançado, ressaltando que o crime foi cometido de forma a dificultar a defesa da vítima. O promotor ainda apontou que a sobrevivência de Marcelo se deu pelo fato de ter caído de joelhos, evitando que órgãos vitais fossem atingidos no impacto com o solo. Em seu depoimento à polícia, Marcelo relatou que, após parar sua moto na Avenida Cupecê, foi surpreendido por policiais correndo em sua direção, sendo agredido com cassetetes e, posteriormente, jogado da ponte após ter lhe sido dada a opção de pular.
O histórico do policial militar réu também veio à tona, revelando que Luan Felipe Alves Pereira já havia sido indiciado por homicídio em 2023, pela morte de um homem com 12 tiros em Diadema. No entanto, esse caso foi arquivado em janeiro, após o Ministério Público entender que o PM agiu em legítima defesa, decisão que foi acatada pela Justiça. Luan, que trabalhava nas Rondas Ostensivas com Apoio de Moto (Rocam) em Diadema, agora enfrentará o processo por tentativa de homicídio em liberdade, enquanto a Justiça de São Paulo busca esclarecer os detalhes do ocorrido na Vila Clara.
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