Proposta sobre fim da escala 6×1 movimenta redes sociais
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa acabar com a escala de trabalho 6x1 e reduzir a jornada semanal de 44 para 36 horas tem dividido especialistas e gerado intensa mobilização nas redes sociais. A proposta, autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), defende a adoção de uma semana de trabalho de 4 dias, com folga de 3. Até o momento, a iniciativa já contava com a assinatura de 79 parlamentares, até sábado (9), de um total necessário de 171 para avançar no Congresso.
A redução da carga horária, segundo Hilton, visa melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, permitindo mais tempo para saúde, família e capacitação profissional. Ela também argumenta que a medida pode aumentar a produtividade e colocar o Brasil "na vanguarda das discussões sobre o futuro do trabalho", citando exemplos de países europeus que já testam jornadas mais curtas.
No entanto, especialistas alertam para os potenciais impactos econômicos. O advogado Vitor Kupper aponta que a redução da jornada sem compensação salarial poderia resultar em custos operacionais elevados para os empregadores, que teriam que ampliar o quadro de funcionários ou repassar os custos para os consumidores. Já o advogado André Luiz Paes de Almeida considera a proposta um "retrocesso" que não traria mais empregos, mas poderia fomentar fraudes trabalhistas.
A proposta ganhou força após uma petição nas redes sociais, idealizada pelo ativista Rick Azevedo, que alcançou 1,4 milhão de assinaturas. Azevedo, ex-balconista de farmácia e agora vereador pelo PSOL, viu seu vídeo de desabafo viralizar no TikTok, o que impulsionou a criação de um abaixo-assinado e a mobilização em torno da causa. Hilton se uniu à campanha, apresentando a PEC em maio, no Dia do Trabalhador.
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