'Só queria que aquilo parasse', diz Anielle após confirmar denúncia contra Silvio Almeida
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, falou em público, pela primeira vez, sobre as acusações de assédio contra o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Segundo Anielle, as importunações começaram durante a transição de governo, em dezembro de 2022, e aumentaram ao longo dos meses.
Em entrevista à revista Veja, publicada nesta sexta-feira (4), a ministra confirma ter sido vítima. Ela relatou que, inicialmente, se sentiu “paralisada” e hesitou em denunciar, preocupada com julgamentos e descrédito. “Fiquei sem dormir várias noites”, contou, explicando que preferia não expor sua vida a mais violência. Anielle enfatizou que nenhuma vítima tem a obrigação de se manifestar quando pressionada.
“Ninguém se sente à vontade ficando em silêncio em uma situação assim. Mas eu não queria a minha vida exposta e atravessada mais uma vez pela violência. Só queria que aquilo parasse de acontecer”, disse.
No contexto do escândalo, a ministra destacou a criação de um programa de prevenção e combate ao assédio na administração pública. Ela também elogiou a primeira-dama, Rosângela da Silva, que demonstrou solidariedade ao publicar uma foto com Anielle após as denúncias.
Anielle prestou depoimento à Polícia Federal (PF) na quarta-feira (2), detalhando suas acusações contra Almeida, que foi demitido no dia 6 de setembro após a ONG MeToo Brasil divulgar as denúncias. Silvio Almeida nega as acusações e afirma ser alvo de perseguição. A investigação segue sob sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF).
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