STF analisa se mulheres que ingressam nas Forças Armadas devem realizar exames invasivos
O Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar se mulheres que ingressam nas Forças Armadas devem fazer exames de saúde "invasivos e diferenciados". A questão central é se essas exigências médicas, voltadas exclusivamente às candidatas, configuram discriminação de gênero, violando direitos de igualdade e privacidade.
A controvérsia chegou ao STF por meio de um recurso da União, após a Justiça Federal do Rio de Janeiro proibir a Marinha de realizar exames clínicos de "estado das mamas e genitais" nas candidatas. O Ministério Público questionou o caráter exclusivo dessa exigência para mulheres. A União defende a necessidade de requisitos específicos, alegando diferenças anatômicas e peculiaridades do serviço militar.
Caso a repercussão geral seja aplicada, a decisão do STF terá impacto sobre instâncias inferiores ao tratar de casos semelhantes. A análise sobre a aplicação do mecanismo começou na sexta-feira (11), no plenário virtual, com previsão de término para 18 de outubro. Se aprovada, a Corte analisará futuramente o mérito da questão e definirá diretrizes que serão seguidas pela Justiça em disputas correlatas.
O relator, ministro Luiz Fux, votou a favor da repercussão geral, destacando a relevância social e jurídica do caso. Segundo ele, é essencial definir se os exames diferenciados violam os direitos à igualdade e privacidade, assegurando previsibilidade e uniformidade nas decisões judiciais sobre o tema.
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