Testes de HIV em doadores deveriam ser diários, mas eram semanais, revela secretário
Uma investigação da Polícia Civil revelou que a infecção de seis pacientes transplantados com HIV no Rio de Janeiro se deve a uma falha no controle de qualidade dos testes realizados em doadores pelo laboratório PCS Lab Saleme.
O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, explicou que, embora os testes de HIV deveriam ser feitos todos os dias, a frequência foi reduzida para ser semanalmente com o objetivo de cortar custos e aumentar lucros. Essa quebra de protocolo comprometeu a segurança dos diagnósticos.
O delegado André Neves enfatizou a importância da análise sistemática dos reagentes, alertando que a redução na fiscalização aumenta as chances de erros. Até o momento, cerca de 300 receptores de órgãos estão sendo testados para verificar a possível contaminação.
A operação da Delegacia do Consumidor (Decon) resultou na prisão de Walter Vieira e Ivanilson Fernandes dos Santos, suspeitos de envolvimento e na interdição do laboratório.
Jacqueline Iris Bacellar de Assis, cuja assinatura consta em um laudo que atestava a ausência de HIV em doadores de órgãos, negou qualquer envolvimento no caso. Ela foi um dos alvos dos mandados de prisão relacionados à investigação.
A Polícia Civil está investigando outros possíveis casos de falsificação de laudos pelo PCS Lab Saleme e a responsabilidade de outros envolvidos no processo.
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