Compartilhe este texto

Filha de brasileira morta no Havaí reconheceu casal responsável por crime

Por Portal Do Holanda

08/12/2017 18h03 — em
Mundo



RIO — A filha da brasileira Telma Emery, 51 anos, encontrada morta no Havaí nesta quinta-feira a pauladas, reconheceu o casal preso suspeito de praticar o crime. A menina foi amarrada e colocada no segundo andar da casa pelos criminosos. Axel Hendrix e Hailey Kai foram presos horas após o crime, próximos a um supermercado, na cidade de Mililani, a cerca de 30 quilômetros do local do crime. Eles estavam com o carro da vítima, que foi roubado na casa onde o crime aconteceu. A informação foi confirmada pelo cunhado da vítima, o americano Brian Emery.

— Eles não contavam com o fato de minha sobrinha ser uma criança de oito anos muito esperta. Ela que contou para a polícia que o rapaz tinha cabelo verde. Eles foram muito duros com ela. Ficamos felizes que ela não tenha sido morta por ter visto tudo acontecer — disse.

Telma havia acabado de pegar a filha na escola e havia seguido para a residência, que iria deixar preparada para a chegada de inquilinos. Ainda segundo Brian, a menina estava no carro enquanto a mãe entrou rapidamente na casa. Ela não viu os criminosos chegando ao local. Segundo ele, a criança somente se deu conta do que estava acontecendo quando os suspeitos foram roubar o carro e a encontraram lá dentro.

— Minha sobrinha estava no carro. Ela não viu ou ouviu nada. Só percebeu o casal quando eles abriram a porta do carro e a viram lá dentro. Eles a pegaram e levaram para dentro da casa. Segundo minha sobrinha, eles estavam cobertos por sangue quando a encontraram. Amarraram a menina, colocaram uma fita na boca dela e a colocaram no segundo andar da casa. Ela estava assustada — explicou.

Amiga de vítima desde os nove anos, a brasileira Simone de Paula contou que Telma ajudava os amigos donos de propriedades na região a preparar as residências que seriam alugadas em período de alta temporada. Segundo ela, ao chegar ao local, Telma encontrou Axel e Hailey dentro da casa.

— Não sabemos como eles entraram, mas as casas são fáceis de acessar. Eles estavam altos e pareciam ter usado alguma coisa. Ela entrou e deve ter mandado eles saírem. Eles, então, devem ter atacado ela. A polícia disse que ela tinha sinais de sufocamento e pauladas com taco de beisebol — disse.

O corpo de Telma foi encontrado por um casal de turistas que ia alugar a casa. De acordo com Brian, a mulher saiu correndo e gritando da casa, chamando a atenção de moradores. Telma foi encontrada com um saco plástico na cabeça.

— Eles encontraram minha cunhada dentro da casa com um saco plástico na cabeça e uma enorme poça de sangue — contou.

Os turistas acionaram a polícia, que avisou ao marido de Telma, Kevin Emery. Após a fuga do casal, Brian publicou uma foto da caminhonete e um vídeo pedindo ajuda aos moradores da região. Ele chegou a oferecer pouco mais de R$ 300 mil para quem ajudasse a encontrar Axel e Hailey. "Dou US$ 100 mil agora para quem puder me falar quem amarrou minha menina e matou a mãe dela", disse aos prantos na gravação.

O casal foi preso depois que clientes do supermercado perceberam a placa do veículo.

— A menina foi notada no supermercado porque já entrou meio alta no estacionamento. Viram que o carro era roubado, o que ajudou na captura — contou Simone.

Um vídeo mostra o momento da prisão do casal. Pessoas que estavam no local comemoraram a prisão dos suspeitos.

De acordo com a polícia local, as investigações estão em andamento e os suspeitos estão em custódia na principal delegacia da cidade. Segundo a família de Telma, a mãe dela, de 76 anos, iria passar as férias de fim de ano na casa da filha, no Havaí. A passagem estava comprada para o dia 13 de dezembro, mas foi antecipada para este sábado. O GlOBO ainda não conseguiu contato com a família de Telma no Brasil.

Em nota, o Itamaraty informou que está acompanhando o caso e que tenta contato com familiares da vítima. "O Consulado Geral em Los Angeles está informado do caso e buscando contato com a família. Estamos também em contato com todas as autoridades que estão investigando o ocorrido".

'Não machucaria uma mosca', diz cunhado

Telma é natural de São Paulo e estava no Havaí há cerca de 25 anos. Formada em Educação Física, ela trabalhava meio período como professora de inglês para crianças na escola Sunset Beach Elementary School, em Haleiwa, e também dava aulas particulares para filhos de brasileiros. Segundo Anela Pia, diretora da escola, ela dava aulas para alunos do jardim de infância até a sexta série.

— Ficamos sabendo ontem. Estamos focados em ajudar nossos alunos, funcionários e famílias a processar que uma das nossas professoras foi assassinada. Tivemos uma reunião com os professores, que vão ler uma carta para os alunos e estamos recebendo apoio extra do distrito para ajudar com o processo de luto. Ainda não sabemos como vamos seguir em frente — disse, emocionada.

O marido de Telma, Kevin, afirmou não ter condições de conversar com a imprensa. Ele e o irmão gêmeo, Brian, criaram um financiamento coletivo para ajudar com despesas com a filha do casal. Para o cunhado de Telma, a perda é "irreparável".

— Eu fiquei com minha filha e Kevin e minha sobrinha nas últimas noites. A casa parece vazia e 200% diferente. Telma era a melhor pessoa que já conheci. Ela não machucaria uma mosca. Era um ícone na comunidade. Foi uma perda irreparável — contou.

A comunidade de North Shore está comovida com a morte da brasileira. Simone, que conviveu com Telma desde a infância na Vila Madalena, Zona Oeste de São Paulo, contou que Telma era muito ligada ao surf e esportes aquáticos e muito querida na região.

— Ela sempre foi uma pessoa muito querida pelo North Shore todo. Vivia uma vida de surf. Era uma pessoa muito especial, inteligente, estudiosa e, ao mesmo tempo, muito tranquila. Ela gostava muito de praia. Criou a menina na praia, elas mergulhavam juntas. O casal recebia surfistas do mundo inteiro na casa deles — disse.


Siga-nos no
O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: brasileira, havaí, homicidio, Mundo

+ Mundo