Outubro rosa: prática de exercícios reduz em 30% as chances de câncer de mama
Outubro é o mês de vestir rosa. Não somente pela quarta-feira do dia três comemorada pelos fãs de "Meninas Malvadas", filme de 2004 estrelado pela atriz norte-americana Lindsay Lohan, mas pela campanha de conscientização sobre o câncer de mama — a doença que mais mata mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa de diagnósticos da doença entre 2018 e 2019 será de 59.700 novos casos da doença no país.
Para o presidente regional do Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Mastologia, Eduardo Millen, a ineficácia da mobilização para reduzir os números de mortalidade está na quantidade de pacientes que realizam o exame de mamografia anualmente:
— A Organização Mundial de Saúde (OMS) estipulou que uma campanha de combate ao câncer de mama só faz efeito quando 70% das mulheres com mais de 50 anos realiza o exame de mamografia. No Brasil, apenas 23% delas tem essa cobertura pelo SUS.
O exame — que deve ser feito uma vez por ano a partir dos 40 anos — não é o único que faz diagnóstico da doença. Também podem ser acrescentadas à lista ultrassonografias, ressonâncias e, para de fato classificar um tumor como benigno ou maligno, a biópsia. A mamografia, no entanto, é a única que pode identificar microcalcificações na mama que podem vir a se tornar em um tumor.
— A ressonância e a ultrassonografia são indicadas para a população de alto risco, o que é apenas 10% das mulheres — diz o médico com doutorado pela Unifesp.
A IMPORTÂNCIA DA MAMOGRAFIA
Embora o autoexame tenha sua importância, Millen afirma que ele apenas identifica nódulos quando já estão em estágio avançado. Uma mulher leiga, por exemplo, costuma percebê-los somente quando possuem mais de dois centímetros — o que significa que ele está em formação há pelo menos 20 anos:
— O nódulo é uma manifestação tardia do câncer. Um médico, por exemplo, não vai perceber um nódulo menor que um centímetro. Por isso que não podemos delegar à mulher a função de se diagnosticar e por isso que é tão importante fazer mamografia. Com ela é possível identificar nódulos de dois milímetros, ou seja, formado há pouco mais de cinco anos.
A maioria dos caroços nas mamas não são câncer. Mas apesar de todas estarem propícias a desenvolvê-lo, as mulheres com maior fator de risco são as com histórico na família — principalmente se tratando de casos manifestados antes dos 50 anos. É o caso da atriz Angelina Jolie, que realizou uma mastectomia preventiva em 2013.
— A mãe da Angelina morreu de câncer de mama e sua tia desenvolveu câncer de mama e ovário. Após ela fazer testes genéticos, os médicos detectaram uma alta chance de ter a doença. Antes que o problema acontecesse, ela optou pela cirurgia preventiva da retirada das mamas. Este procedimento, que retira apenas as glândulas mamárias e preserva a capa do seio, reduz o risco do câncer em 90% e a mortalidade em 100% — explica o mastologista.
ASSUNTOS: câncer de mama, Saúde e Bem-estar