Assassinato de estudante em orgia com drogas revela grupo de extermínio
A série de crimes – um total de oito - que se tornou conhecida como “Caso Fred” começou com o assassinato, com requintes de crueldade, da estudante universitária Danielle Damasceno, 20, ocorrido em 19 de março de 2001.
Na noite do crime, uma amiga de “Danny”, chamada Tatiane, foi buscá-la em casa, conforme relato emocionado do pai dela, Waldemarimo Damasceno, após confessar nunca ter imaginado que a filha fosse usuária de drogas.
À medida que a noite avançava, o grupo ao qual Danny se juntou para beber e consumir drogas, ficou reduzido a Fred, Alídio Lemos, filho do coronel da Polícia Militar (PM) Júlio César Lemos e Marcelo, que teria saído antes do crime.
No local, após uma sessão de sexo, orgia e alto consumo de drogas, “Danny” foi decapitada pelo namorado, Fred Fernandes Júnior que, em depoimento, assumiu ter cortado o pescoço dela com uma faca tipo cutelo.
O crime chocou a opinião pública por envolver jovens de classe média, alguns filhos de policiais militares, mas foi só a ponta de lança da série de crimes. Em 10 de junho daquele mesmo ano, o técnico agrícola Fred Fernandes, pai de Fred Júnior, foi assassinado com dois tiros na cabeça, após ter seu carro emboscado na rua Duque de Caxias com Ramos Ferreira.
BALAS DA PM
Quando deixava a Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no Centro, onde havia visitado Fred Júnior, já preso pela morte da estudante, Fred Fernandes e a família foram alvo de um atentado.
Dois homens que estavam em uma moto abordaram o carro, onde estavam também a esposa, Maria da Conceição Santos e o filho mais novo, à época com 10 anos, foram alvejados, mas sobreviveram.
O caso ganhou muita repercussão na mídia local e nacional, especialmente porque as balas, de pistola calibre 40, identificadas como de origem das polícias militar, civil e rodoviária, deixaram em evidência a existência de um grupo de extermínio composto por policiais da corporação.
Foram identificados entre os integrantes do grupo e acusados pela morte de Fred, os policiais militares Ronaldo Melo da Silva, Olavo Luiz Farias Paixão e Claudiney da Silva.
Do total de oito pessoas mortas, sete foram policiais, além do pai de Fred.
ASSUNTOS: Caso Fred