Testemunha chave incrimina Policial Militar na morte de Fred
No julgamento dos policiais e do casal, uma testemunha protegida fez um depoimento considerado pelo Ministério Público do Estado como fundamental para esclarecer e dar um direcionamento ao processo até então focado na responsabilização dos pais de Danielle pelo assassinato de Fred Fernandes.
Em depoimento de cerca de 3h, realizado a portas fechadas, com o plenário vazio (permaneceram apenas a defesa, o MP, o juiz e os jurados), a testemunha revelou detalhes do crime, inclusive valores da transação feita para a morte de Fred Júnior.
A família de Danielle Damasceno teria pago R$ 100 mil para que Fred Júnior fosse morto durante a transferência dele da Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa para o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj).
Entretanto, o plano foi descoberto e os mandantes exigiram que alguém fosse morto para ‘fazer ele saber como é perder um familiar”. Assim, a morte de Fred Fernandes seria unicamente para atingir o filho, Fred Júnior.
Edinaldo Medeiros revelou que todos réus, Olavo Luiz Farias Paixão, Claudiney da Silva Feitoza e Ronaldo Melo da Silva citaram o coronel Lemos em seus respectivos depoimentos, alegando ainda que o filho dele teria envolvimento com o crime de Danielle.
"Os réus, inclusive, disseram a mesma frase quando se referiram ao coronel, afirmando que ele que deveria estar no banco dos réus, alegando que estão sendo vítimas de uma armação. Eles dizem que é de interesse do coronel a condenação deles, só não souberam explicar o motivo",
O promotor público Edinaldo Medeiros disse que o MPE ficou satisfeito com a pena aplicada aos réus, pois esse era um desejo da sociedade para uma solução desse caso.
PRISÃO
Fred Fernandes ficou preso 3 anos e quatro meses em regime fechado, mas por bom comportamento, obteve a progressão e estava em regime aberto desde 2010, só comparecendo uma vez por semana na Casa do Albergado para assinar uma lista de comparecimento.
Na prisão, iniciou curso de Psicologia, mas foi somente até o quinto período, sob a justificativa de que as atividades da Igreja Aliança, na qual continua pastor neste ano de 2020, tomava grande parte do seu tempo. Ele também se casou com a mãe da namorada dele. Hoje, dá testemunhos na igreja assumindo ter cometido o crime, mas converteu-se ao cristianismo e abandonou as drogas.
ASSUNTOS: Caso Fred