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Roberto Jefferson se entrega à Polícia Federal após jogar granada e atirar contra policiais

Por Folha de São Paulo

23/10/2022 19h34 — em
Caso Prisão Roberto Jefferson



BRASÍLIA, DF, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) se entregou à Polícia Federal na noite deste domingo (23) e está sendo levado para a superintendência da Polícia Federal no Rio. Ele saiu em um carro descaracterizado por volta das 19h, escoltado pela PF.

 

 

Ele, que cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, foi alvo da ação policial por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

 

 

Cerca de 100 bolsonaristas aguardavam a saída de Roberto Jefferson. Os gritos eram direcionados ao ministro Alexandre de Moraes. Coisas como "Viemos cobrar. Alexandre imoral não vai nos calar" e "Liberdade".

 

 

A ordem de prisão foi motivada em razão dos ataques verbais que o político de extrema direita, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), desferiu contra a ministra Cármen Lúcia, do STF.

 

 

Pela manhã, Jefferson reagiu à abordagem e atirou. Segundo a PF, o ex-deputado também lançou granada na direção dos agentes. Dois policiais ficaram feridos, atingidos por estilhaços.

 

 

De acordo com as investigações, mais de 20 tiros de fuzil foram disparados pelo político.

 

 

À noite, Moraes determinou nova prisão contra Jefferson por tentativa de homicídio. O ministro ameaçou incriminar o ministro da Justiça, Anderson Torres.

 

 

Bolsonaro se manifestou por meio de um vídeo assim que a prisão ocorreu.

 

 

"Como determinou com o ministro da Justiça Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio", disse o presidente.

 

 

O ministro Alexandre de Moraes também comentou o fato.

 

 

"Parabéns pelo competente e profissional trabalho da Polícia Federal, orgulho de todos nós brasileiros e brasileiras. Inadmissível qualquer agressão contra os policiais. Me solidarizo com a agente Karina Oliveira e com o delegado Marcelo Vilella que foram, covardemente, feridos", escreveu em uma rede social.

 

 

Antes, Roberto Jefferson fez vídeos dizendo que não se entregaria.

 

 

"Eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los", disse Jefferson em vídeo gravado dentro de casa, em Comendador Levy Gasparian (140 km do Rio).

 

 

Em outro vídeo, o para-brisa do veículo da PF aparece estilhaçado. "Mostrar a vocês que o pau cantou. Eles atiraram em mim, eu atirei neles. Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito. Mas eu não me entrego", afirma.

 

 

O Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar do Rio foi destacado para apoiar a operação da PF. Veículos da PRF (Polícia Rodoviária Federal) também foram deslocados para a área.

 

 

A polícia fez um cerco em volta da residência de Jefferson, mas permitiu a passagem de pessoas próximas ao ex-deputado, como o candidato do PTB à Presidência da República, Padre Kelmon, e seu vice, o pastor Luiz Cláudio Galmonal.

 

 

Kelmon, que foi à casa de Jefferson para dar apoio espiritual, segundo o PTB, entregou um fuzil do ex-deputado à polícia.

 

 

 


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