Com slogan tratando da marginalidade, Wallace entra na política
Oferecendo cenas de mortes de traficantes que aterrorizavam a população, o sucesso do programa “Canal Livre” disparou, especialmente nas camadas de renda mais baixa da população, vítimas mais frequentes da violência e do tráfico de drogas. E paralelo a isso, impulsionou a entrada de Wallace Souza na carreira política, garantindo a ele três mandatos como deputado estadual.
Na primeira eleição disputado estadual, em 1998, foi o mais votado da história do Amazonas, recebendo mais de 51 mil votos, proporcionalmente uma das maiores votações do País para uma assembleia legislativa.
Na mesma onda, o irmão, Carlos Souza, foi eleito deputado-federal por três mandatos (2003, 2011 e 2017), assim como o outro irmão, Fausto Souza, eleito deputado estadual. Os “irmãos coragem” ganhavam fôlego político com o intuito de “reduzir a marginalidade”.
Mas o último mandato de Wallace Souza não foi concluído. Em 2009, sob a acusação de liderar a organização criminosa apontada pelo MP-AM, ele foi cassado. As investigações concluíram que parte dos crimes exibidos no Canal Livre teriam sido encomendados pelo grupo dele, na busca por audiência e para prejudicar criminosos adversários da quadrilha que o parlamentar foi acusado de liderar.
Ele negava as acusações e se dizia vítima de perseguição política. O fato de ter sido o relator do processo sobre investigação de pedofilia do ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro, era um dos motivos alegados por Wallace da “perseguição política”.
ASSUNTOS: Caso Wallace