França e Croácia se enfrentam hoje na grande final da Copa da Rússia
MOSCOU - Quando uma Copa do Mundo chega ao seu final sem uma seleção que faça os analistas táticos se entusiasmarem e sem um craque que conquiste de imediato o coração dos mais românticos, a impressão é de que, não importa quem vença, não haverá muitos pontos de contraste entre o campeão e os demais. Ledo engano porque entre França e Croácia, que entrarão em campo neste domingo, às 12h (de Brasília), em busca do título mundial, há um abismo de diferenças. Talvez seja a decisão mais bipolarizada da história e nisso resida seu maior encanto.
Entre as equipes tudo é diferente. O que a França já fez no futebol, o que faz nesta Copa do Mundo e o que fará depois da decisão em Moscou não se compara ao passado, ao presente e ao futuro dos croatas no esporte. Os franceses, caso conquistem o título, se consolidarão como a terceira força do futebol europeu e empatarão com argentinos e uruguaios em número de títulos mundiais. Croatas disputam apenas sua quinta Copa do Mundo.
Na Rússia, chegaram à final em contextos completamente diferentes. A França fez, na maior parte do tempo, uma competição na velocidade cruzeiro, passou com razoável tranquilidade por Argentina e Uruguai e resistiu com autoridade ao ímpeto belga. Já a Croácia fez a Copa da superação, brilhou na fase de grupos, mas suou sangue em três prorrogações e duas disputas de pênalti para ser a seleção com o pior ranking da Fifa a disputar uma decisão de Mundial.
Para a França, o maior desafio reside na parte mental, é não deixar o favoritismo que cai sobre seus jogadores ser uma armadilha, no fim das contas.
- Nossa maior preocupação tem sido manter a calma, a concentração e a confiança para essa partida. Não tem nada mais bonito no futebol que disputar uma final de Copa do Mundo - destacou Didier Deschamps, técnico dos franceses e capitão no título de 20 anos atrás.
Já pelo lado croata, o grande desafio é estar bem fisicamente depois de tantos minutos extras jogados e seguro de que é possível sim bater o rival com tradição infinitamente maior.
- Não temos mais nada para treinar. Temos que descansar, conter as lesões. Nós podemos fazer mais, nós queremos fazer nosso país orgulhoso. Os croatas esqueceram os problemas para celebrar a Copa - vibrou o técnico da Croácia, Zlatko Dalic.
O primeiro Mundial de uma geração liderada por Mbappé, talvez o último do medalhão Modric, a Copa do Mundo da Rússia vai se materializar pela última vez neste domingo. França e Croácia, apesar de tão diferentes, possuem o direito ao mesmo sonho, de ser campeão. No fim das contas, é ele que pode torná-las iguais quando a bola rolar.
As diferenças entre França e Croácia:
Posição no ranking da Fifa:
França: 7º
Croácia: 20º
Tempo de trabalho dos treinadores:
França: Seis anos e sete dias
Croácia: Nove meses e oito dias
Média de idade das seleções:
França: 26,1 anos (2ª seleção mais nova da Copa)
Croácia: 28 anos
Valor de mercado dos grupos:*
França: 1 bilhão de euros
Croácia: 364 milhões de euros
Transferência mais cara de um jogador do grupo:*
França: 180 milhões de euros (Mbappé para o Paris Saint-Germain)
Croácia: 31 milhões de euros (Kovacic para o Real Madrid)
*Fonte: Transfermarkt
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