Multidão nas ruas trava a 'caravana da glória' dos tricampeões na Argentina
BUENOS AIRES/ARGENTINA - Com milhões de argentinos nas ruas para celebrar o tricampeonato mundial de futebol, os organizadores do desfile dos jogadores tiveram que mudar o roteiro mais de uma vez e ainda não se sabe exatamente por onde a chamada "caravana da glória" ainda vai passar nesta terça-feira (20), em Buenos Aires.
A previsão era que a seleção do técnico Lionel Scaloni saísse da sede da AFA (Associação de Futebol Argentino) por volta das 12h30 e percorresse as principais vias até chegar à avenida Nove de Julho, onde está o Obelisco.
Mas, passadas mais de três horas após o início do cortejo, os "scalonetas" andaram apenas alguns poucos quilômetros, devido à multidão que acompanha o ônibus.
A cada hora a imprensa local divulgava um novo roteiro. Em um deles estava previsto que os jogadores iriam para a praça de Maio, uma vez que não é mais possível nem seguro chegar ao Obelisco, tomado por uma horda de fãs de Messi e companhia.
Com a expectativa do presidente Alberto Fernández de que os jogadores passassem pela praça de Maio, foi montado um palanque com sistema de som em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino.
A ideia seria uma forma de resgatar os jogadores do meio da multidão, já que o palácio presidencial possui heliponto e ao menos três helicópteros estariam à disposição dos jogadores.
A notícia correu e uma multidão começou a deixar a avenida Nove de Julho em direção à praça de Maio. Por volta das 16 horas, houve correria, com a possibilidade de o ônibus estar chegando.
Outra opção divulgada pela imprensa local seria levá-los até o parque Roca, onde há um complexo esportivo e também haveria helicópteros aguardando os tricampeões mundiais.
Há ainda a informação de que eles passariam apenas por grandes avenidas de Buenos Aires, já que não era seguro nem para os atletas nem para a multidão nas ruas.
Mesmo com a indefinição, os torcedores continuaram celebrando pelas ruas da cidade. Na praça de Maio, onde foram instalados quatro telões, eles acompanhavam o cortejo da seleção e faziam piquenique sob as árvores ou nas calçadas.
Para conter o calor de mais de 30°C, jatos de água eram jogados nos torcedores, que não se cansavam de cantar que eram campeões do mundo.
"Vamos ficar aqui o dia todo, ou até que eles [jogadores] cheguem. Maradona veio aqui [na sacada da Casa Rosada], e o Messi vai vir também. Eu tenho certeza" disse a auxiliar administrativa Luciana Tadeo, 44, que estava acompanhada do marido, o analista de sistemas José Valor, 41, e do filho deles, Francisco, 5.
A auxiliar de comércio exterior Yamila Fernandez, 24, também pretendias ficar o dia todo na rua para uma festa que nunca viveu, já que é a primeira vez que ela vê a Argentina campeã do mundo -os outros títulos foram em 1978 e em 1986. "Quero estar aqui para receber os jogares."
Uma última opção aventada seria os jogadores, nos helicópteros, saudarem a população do alto, já que pelas ruas era impossível circular.
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