Superfície da lua pode ter esconderijos de água, diz NASA
Novos estudos desenvolvidos pelos cientistas da NASA, a agência espacial norte-americana, sugerem que a “aspereza” da superfície lunar e as sombras feitas por elas podem ser um esconderijo para o gelo de água. Os estudos são feitos pelas imagens colhidas em solo lunar na missão Apollo.
Para esses cientistas, embora a superfície desse corpo celeste possa parecer casca seca, na verdade, ali parece ter água por toda parte.
Os estudiosos ainda não entendem como isso pode ser possível, já que não há uma atmosfera para regular a temperatura durante o dia, o que deixa a superfície lunar quente o suficiente para ferver a água, mas garantem estar certos do que dizem.
Por ser sempre alvo de muitas pesquisas, a lua sempre reserva expectativas, afinal tem importante interferência sobre a Terra, desde a influência das marés até a movimentação dos oceanos, sendo fundamental pela vida dos mares.
Mesmo já tendo sido visitada pelos humanos, o retorno ao nosso satélite natural é inviabilizado pelo preço da investida, limitando o conhecimento aos dados que já se tem e que são importantes.
Para a Nasa, é possível afirmar a existência de água na superfície do lado diurno da lua que, aparentemente, tem as temperaturas bem altas. O que desafia essa tese é o fato de que a água não sobreviveria num ambiente tão hostil.
Há mais de uma década, a detecção pela espaçonave da possível presença de água “escondida” na superfície diurna da lua foi confirmada pelo Observatório Estratosférico da Astronomia Infravermelha da NASA (SOFIA) em 2020.
Os pesquisadores da agência espacial reconhecem as questões intrigantes sobre como os voláteis, como o gelo da água, podem sobreviver em corpos sem ar, explicou Björn Davidsson, astrofísico do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL).
Entretanto, é preciso considerar que a água não é livre para se mover pela superfície e ela estaria, na verdade, toda presa em alguma coisa, como por exemplo uma rocha, ou vidro feito através da queda de meteoritos, explicou.
Estudo feito em 2009 descobriu que a quantidade de água na lua muda conforme a hora do dia. Antes do meio-dia, por exemplo, existe menos água. À tarde, no entanto, quando esfria um pouco, a quantidade de água aumenta, o que indica que pelo menos parte da água está livre para se mover.
Com o uso de imagens da missão Apollo, os pesquisadores Davidsson e Sona Hosseini, do JPL, fizeram uma nova pesquisa atualizando seu modelo para fazer a superfície da lua mais áspera.
Foi quando descobriram que a aspereza da lua criava sombras que davam ao modelo da lua a capacidade de reter a água. E que a água também conseguia se mover de acordo com o dia esquentava ou esfriava.
No estudo, o cientista diz que o modelo da temperatura da superfície da Lua tem implicações significativas para a compreensão da presença e evolução da água na superfície lunar. “É de importância crítica levar em consideração a rugosidade da superfície para obter uma imagem precisa da quantidade de água na superfície da Lua”, concluiu.
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