Verdades e mentiras sobre a insulina e diabetes
Normalmente o diagnóstico do diabetes já traz insegurança para o paciente que fica receoso com a perspectiva de mudanças na rotina e no estilo de vida. As dúvidas na cabeça de quem foi diagnosticado aumentam ainda mais ao receber a notícia que será necessário fazer uso da insulina.
Mas afinal, será que todos os medos e estigmas relacionados a insulina são realmente verdadeiros? O controle constante da diabetes, seja por aplicação de insulina, dieta ou medicamentos antidiabéticos, é de extrema importância para a manutenção da qualidade de vida do paciente e interfere diretamente no impacto da doença a longo prazo. Por isso, aqueles que precisam fazer uso da insulina não podem deixar de realizar as aplicações em função de informações incorretas.
Confira abaixo quatro mentiras e uma verdade sobre o diabetes.
1. A aplicação de insulina causa dependência ou pode ser viciante.
MENTIRA.
A aplicação da insulina não causa nenhum tipo de dependência química ou psíquica. Todos nós precisamos do hormônio insulina, produzido naturalmente pelo pâncreas para metabolizar o açúcar no sangue, tornando-o fonte de energia. Quando há disfunção nessa produção, o paciente é diagnosticado com diabetes e, em determinados casos, há necessidade de reposição com aplicações diárias injetáveis do hormônio.
Aqueles que são diagnosticados com diabetes tipo 1 são insulino-dependentes, mas não pela aplicação causar dependência, e sim pelo fato de produzirem pouca ou nenhuma insulina.
2. Passar a ter que aplicar a insulina é culpa do paciente, que falhou no controle da glicemia.
MENTIRA.
O paciente diagnosticado com diabetes tipo 1 faz uso da insulina diariamente. Já o paciente com diabetes tipo 2 passa a fazer uso das injeções quando os ajustes na alimentação e os medicamentos antidiabéticos passar a não ser suficientes para controlar o nível de açúcar no sangue. A doença é progressiva e o paciente não deve se sentir culpado por ter a necessidade de utilizar a insulina.
3. As injeções para aplicação de insulina são muito dolorosas.
MENTIRA.
O paciente não precisa ter medo de aplicar as injeções de insulina. As agulhas são muito pequenas e finas e, por isso, a aplicação não é dolorosa, causando apenas um incômodo.
4. Quem está aplicando insulina não deve consumir bebidas alcoólicas.
MENTIRA.
O consumo de bebidas alcóolicas é permitido para pacientes diagnosticados com diabetes, sejam aqueles em uso de insulina ou não, de maneira moderada e junto a uma refeição, para que não haja desequilíbrio na taxa de glicose no sangue e evitando a possibilidade de uma hipoglicemia. É importante que o paciente esteja atento também ao tipo de bebida que está consumindo. As destiladas, por não serem feitas à base de carboidratos, tem baixo índice glicêmico. Já as bebidas fermentadas, à base de glicose ou muito doces, possuem alto teor glicêmico.
5. Existe a hora certa para aplicar a insulina.
VERDADE.
Existem quatro tipos de insulina que se diferenciam pelo seu tempo de ação e justamente pelo momento em que devem ser aplicadas.
As de ação lenta ou prolongada mantém sua quantidade constante no sangue durante cerca de 24 horas e por isso devem ser tomadas apenas uma vez ao dia. Entre elas estão as do tipo Glargina, que são semelhantes a insulina humana e produzidas a partir de DNA recombinante, durando mais de 30 horas.
As de ação intermediária agem por cerca de metade do dia, entre 12 e 18 horas, e devem ser usadas de duas a três vezes diariamente. Aquelas que possuem ação rápida devem ser aplicadas 30 minutos antes das refeições, três vezes ao dia, auxiliando na manutenção dos níveis de glicose logo após a alimentação. Já as de ação ultrarrápida têm efeito imediato e precisam ser tomadas imediatamente antes de comer ou logo após, a depender do caso.
ASSUNTOS: diabetes, insulina, Saúde e Bem-estar