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Banco Central argentino anuncia operação de US$ 1 bi para ampliar reservas

Por Folha de São Paulo

04/01/2025 12h00 — em
Economia



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Banco Central da Argentina anunciou nesta sexta (3) ter feito uma operação de recompra de US$ 1 bilhão com cinco bancos internacionais para ampliar as reservas internacionais no país.

Em comunicado, a autoridade monetária explicou que a operação de recompra passiva (conhecida como repo, abreviação do inglês para repurchase agreement), vence em dois anos e quatro meses. No Brasil, esse tipo de operação é chamado de operação compromissada, no qual quem empresta dinheiro recebe em troca títulos de renda fixa e o compromisso de que esses papeis serão recomprados por um valor maior no futuro.

Será paga uma taxa de referência aplicada em empréstimos garantidos com emissão em dólar (SOFR) mais um spread de 4,75%, limitando a operação a uma taxa fixa de 8,8% ao ano.

A recompra é vista pelo Banco Central argentino como uma forma de administrar sua liquidez em moeda estrangeira a um custo menor do que as opções disponíveis no mercado.

Agora, a tendência é que o banco tenha mais flexibilidade para diminuir desequilíbrios entre oferta e demanda de divisas no câmbio local e consiga atenuar riscos na implementação de uma agenda cambial mais agressiva, enquanto busca o ancoramento das expectativas econômicas.

Não foram informados os bancos que participaram da operação. À Bloomberg, no entanto, fontes afirmaram que entraram no negócio o Citigroup, JPMorgan Chase & Co., Banco Bilbao Vizcaya Argentaria AS, Santander e o Banco Industrial e Comercial da China. Nenhuma das instituições se manifestou até o momento.

Para a autoridade monetária, o esforço feito para aumentar a liquidez de suas reservas garantiu a normalização dos pagamentos de operações no comércio internacional durante o ano passado.

Além disso, o banco afirma que esse reposicionamento da liquidez é uma forma de eliminar restrições cambiais e outras regulações implementadas em anos anteriores, sem causar algum tipo de atrito financeiro ou econômico no país.

"No mercado de bens, essa melhoria evitou rupturas na cadeia de produção e mitigou o impacto adverso nos preços domésticos. Ao contrário do ocorrido durante crises econômicas passadas, a melhoria das reservas líquidas permitiu cumprir todas as obrigações financeiras em moeda estrangeira do setor público e privado, tanto as previstas para o exercício quanto as correspondentes a inadimplências acumuladas de anos anteriores", disse o banco em comunicado.

Após o anúncio, os títulos soberanos da Argentina subiram e as notas de referência com vencimento para 2035 atingiram pico durante a sessão.

Segundo o Banco Central da Argentina, foram recebidas ofertas de US$ 2,8 bilhões no leilão inaugural realizado no último dia 27, quase o triplo do montante licitado inicialmente. A autoridade explicou que, diante do excesso de demanda e considerando a "evolução favorável" de suas reservas internacionais, optou por não aceitar um montante maior ao desenhado inicialmente.

"O forte interesse demonstrado pelos principais bancos internacionais reforça o processo de normalização no acesso aos mercados internacionais de crédito, em sintonia com a queda do risco país que acompanha o ordenamento macroeconômico consistente e sustentável", disse em comunicado.


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