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Briga entre EUA e China não é para comemorar, mas gera oportunidade, diz Fávaro

Por Folha de São Paulo

17/04/2025 16h30 — em
Economia


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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quinta-feira (17) que a guerra comercial entre Estados Unidos e China não é motivo de comemoração, mas gera oportunidades para o mercado exportador brasileiro.

Com as medidas dos Estados Unidos e o bloqueio comercial entre as duas potências, a expectativa entre especialistas é que o Brasil consiga ocupar parte do espaço deixado pelo mercado agrícola americano. Não só nas vendas para a China, como também para outras economias –como a União Europeia– que eventualmente retaliem o governo de Donald Trump.

"Eu não gosto de comemorar um momento de tragédias e muito menos de instabilidade, como é esse momento que estamos vivendo. Mas, sem sombra de dúvida, torna-se uma oportunidade", afirmou.

Fávaro deu as declarações à imprensa após participar de reunião de agricultura do grupo dos Brics, no Palácio do Itamaraty. Segundo ele, a discussão tarifária capitaneada por Trump não está no centro dos debates, mas fortalece o bloco.

"A afronta por parte do governo norte-americano, com um protecionismo sem precedentes, criando barreiras tarifárias, certamente nos induz ao fortalecimento do bloco. Buscamos, então, as oportunidades, aquilo que cada país membro do bloco tem de potencialidades. Traz à mesa a ampliação das relações comerciais", afirmou.

O ministro disse que não há como pensar em substituir todo o mercado americano devido ao tamanho dele, mas que o Brasil pode substituir ao menos parcialmente as vendas de carne dos EUA à China. "O Brasil se apresenta com muita vontade e capacidade e tenho certeza que vamos saber como fazer esse espaço e ser um grande fornecedor", disse.

Paralelamente às reuniões do Brics, uma delegação com representantes do governo chinês tem reuniões marcadas com o Ministério da Agricultura, além de ter visitas técnicas a unidades produtivas no Brasil. A expectativa de Fávaro é que a agenda amplie o comércio entre os dois países.

"Eles fazem uma visita de rotina, com questionários sendo ampliados, tirando dúvidas, sendo uma rotina na expectativa da ampliação dos negócios", afirmou. "São questões sanitárias e tributárias para a comercialização de produtos da agropecuária para aquele país. É onde se fazem as habilitações, por exemplo, de plantas frigoríficas, as habilitações para grãos, fibras. É onde se faz a formalização do acordo comercial".

De acordo com ele, o Brasil enviou recentemente à China uma lista de mais 40 frigoríficos a serem habilitados. As unidades de frango e de suínos estão aguardando habilitação. Já as de carne bovina, diz Fávaro, ainda vão passar por uma revisão pelas autoridades do país asiático.

"São regras muito normais, muito naturais, mas na certeza de que ninguém no mundo tem qualidade e segurança sanitária como a carne brasileira", disse.

Os EUA também já comunicaram ao governo brasileiro que farão uma inspeção em frigoríficos brasileiros. Fávaro disse que a medida cumpre procedimentos de rotina.


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