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Dólar abre em queda nesta sexta-feira sob expectativa de dados da inflação nos EUA

Por Folha de São Paulo

26/07/2024 9h15 — em
Economia



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu a sexta-feira (26) em queda, seguindo a tendência vista em mercados emergentes, enquanto os investidores aguardam dados de inflação mensal dos Estados Unidos em busca de sinais sobre o futuro da política monetária do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA).

Às 9h05, a moeda norte-americana caía 0,32%, cotada a R$ 5,6295. Na quinta-feira (25), o dólar fechou em queda de 0,16%, cotado a R$ 5,647, e a Bolsa perdeu 0,37%, a 125.954 pontos.

O dia foi marcado pela divulgação do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15), considerado a "prévia" da inflação, e do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos –indicadores de relevância para as decisões de juros de ambos os países, que ocorrem na semana que vem.

O IPCA-15, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), registrou nova desaceleração em julho, para 0,30%, superando a expectativa de 0,23% de analistas consultados pela Bloomberg. Em junho, a inflação foi de 0,39%.

No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 teve alta de 4,45% em julho, enquanto o mercado esperava uma taxa de 4,38% no período. No mês anterior, o índice ficou em 4,06% nesse recorte de tempo.

O IPCA-15 se difere da inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA, devido ao período de coleta, que ocorre entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência da divulgação. Por ser publicado antes, o índice sinaliza uma tendência para a contagem oficial de preços do país.

"O resultado não é suficientemente ruim para mudar a postura do Banco Central na decisão de juros semana que vem. Apesar de um IPCA-15 acima do consenso com efeitos sazonais, o contexto ainda é de desaceleração da inflação ao longo dos meses", avalia Beto Saadia, economista e diretor da Nomos Investimentos.

No exterior, as leituras do PIB e da inflação anual dos Estados Unidos foram o foco das atenções. A economia do país cresceu mais rápido do que o esperado no segundo trimestre, mas a inflação desacelerou, deixando intactas as expectativas de um corte na taxa de juros pelo Fed na reunião seguinte à da próxima semana, marcada para setembro.

O Produto Interno Bruto aumentou a uma taxa anualizada de 2,8% no segundo trimestre, informou o Departamento de Comércio, ante 1,4% no trimestre anterior. Economistas consultados pela Reuters previam expansão do PIB em 2,0%, com as estimativas variando de 1,1% a 3,4%.

Em nota a clientes, economistas do Bradesco avaliam que a leitura do PIB revela um "crescimento saudável e consistente da economia" norte-americana.

"Não se trata de uma reaceleração, mas sim de um crescimento elevado e estável. Essa conjuntura deve reduzir preocupações em torno da desaceleração da atividade econômica, que vinha se manifestando em alguns dados. Em todo caso, acreditamos que o quadro atual da economia dos EUA segue compatível com nossa expectativa de que o Fed realize dois cortes consecutivos de 0,25 p.p. na taxa básica de juros em novembro e dezembro deste ano", diz a análise.

Olhando para a inflação dos EUA, o índice de preços PCE, excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, avançou 2,9% na base anualizada, depois de ter marcado um ritmo de 3,7% no primeiro trimestre. O chamado núcleo do PCE é um dos indicadores mais monitorados pelo Fed para balizar a decisão de juros, ante a meta de inflação em 2%.

A leitura é uma boa notícia para as autoridades do banco central dos EUA por indicar desaceleração e convergência da inflação à meta.

O Fed manteve a taxa de juros de referência na faixa atual de 5,25% a 5,50% ao longo do último ano, depois de aumentá-la em um total de 525 pontos-base desde 2022. Os mercados financeiros esperam três cortes este ano, começando em setembro.

Na cena corporativa, as principais petroleiras do Ibovespa recuaram em bloco, em movimento de realização de lucros após forte alta na véspera.

Petrorecôncavo caiu 2,82%, seguida por 3R Petroleum (1,56%) e PRIO (0,39%). Os papéis preferenciais e ordinários da Petrobras perderam 0,13% e 0,42%, respectivamente.

Já Vale fechou perto da estabilidade, com leve queda de 0,05%, antes da divulgação do balanço trimestral da mineradora após o fechamento do mercado.


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