Dólar blue cai na Argentina e atinge o menor patamar desde maio
PELOTAS, RS (FOLHAPRESS) - O dólar blue, a moeda paralela da Argentina, atingiu nesta segunda-feira (2) o menor patamar desde maio, afirmam os jornais Clarín e La Nación. A moeda caiu 20 pesos em relação a sexta-feira (29) e fechou o dia em 1.100 pesos para venda e 1.080 pesos para compra. Já o dólar oficial fechou valendo 1.032 pesos para venda e 992 pesos para compra, alta de 50 centavos em relação a sexta.
O informal 'blue' é a cotação da moeda norte-americana mais utilizada na Argentina, conhecida por ter vários tipos de dólar. O câmbio paralelo, apesar de ser clandestino, é a referência para a economia local, e não o dólar oficial, cuja cotação é controlada pelo BCRA (Banco Central da República Argentina). Como a flutuação é livre, seu preço acompanha mais de perto as variações do peso argentino, refletindo a oferta e a procura pela moeda.
O jornal La Nación destaca que as cotações do dólar informal encerraram novembro com quedas nominais pelo quinto mês consecutivo, em um contexto de intervenções do Banco Central e forte carry trade (quando operadores tomam empréstimos a taxas baixas e aplicam recursos em países de taxas altas).
A queda ocorre às vésperas do fim do primeiro ano de mandato do presidente ultraliberal Javier Milei, que vem sendo celebrado por suas intervenções econômicas. Em artigo de The Economist publicado na Folha na última semana, Milei citou a queda do índice risco-país e da inflação como vitórias de seu governo.
"Fizemos progressos significativos, mas ainda há muito a ser feito. Se tivermos sucesso, muitos podem rotular nossas conquistas como um 'milagre'. Mas não é milagre -é o resultado de governar com prudência macroeconômica e aderir aos princípios de liberdade econômica que enriqueceram nações", diz o texto do presidente.
Os pacotes de medidas de Milei visaram atacar principalmente os gastos públicos, o que motivou protestos da população em diversas ocasiões. Durante este primeiro ano de governo, a pobreza disparou no país, atingindo mais de 50% da população.
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