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Dólar e Bolsa sobem com mercado à espera de dados de inflação nos EUA e no Brasil

Por Folha de São Paulo

08/07/2024 18h00 — em
Economia



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apesar de ter passado grande parte do dia rondando a estabilidade, o dólar fechou em leve alta de 0,25% nesta segunda-feira (8), cotado a R$ 5,474, numa sessão sem grandes catalisadores enquanto o mercado aguarda a divulgação de novos dados de inflação nos Estados Unidos e no Brasil nesta semana.

Na Bolsa brasileira, o movimento também foi modesto: o Ibovespa teve alta de 0,22%, fechando aos 126.551 pontos, com apoio principalmente da Petrobras, que anunciou pela manhã um reajuste nos preços da gasolina e do gás de cozinha.

A sessão desta segunda-feira antecedeu o feriado da Revolução Constitucionalista de 1932, comemorado em São Paulo, que manterá na terça-feira (9) os negócios com moedas fechados no estado -o que reduz a liquidez no câmbio, embora outras praças permaneçam abertas.

"Agenda [na semana] são os índices de preço ao consumidor aqui e nos EUA, que vão balizar expectativa de inflação e, por consequência, juros", disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

No exterior, as apostas sobre quando ocorrerá o primeiro corte de juros nos EUA seguem sendo o foco de investidores. Os dados de emprego e de inflação divulgados recentemente apontaram para uma desaceleração da economia americana, aumento o otimismo sobre uma possível redução das taxas neste ano.

As autoridades do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) seguem afirmando, no entanto, que ainda precisam de novos dados para obter confiança em iniciar o ciclo de afrouxamento monetário.

No cenário doméstico, o IBGE divulgará na quarta-feira os números do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para junho, com expectativa de analistas consultados pela Reuters de desaceleração para alta de 0,32%, ante avanço de 0,46% em maio.

Os números de preços têm se tornado cada vez mais observados pelos membros do Banco Central, à medida que cresce a desancoragem das expectativas de inflação para este ano e o próximo.

Economistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus elevaram novamente nesta segunda-feira sua expectativa para o IPCA ao final de 2024 e 2025. Neste ano, os analistas veem os preços fechando em 4,02%, ante 4,0% na semana anterior.

Em 2025, o IPCA agora é visto encerrando o ano em 3,88%, de 3,87% na semana passada.

Os investidores também devem se manter atentos às próximas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua equipe econômica sobre o compromisso do governo federal com o ajuste das contas públicas.

A preocupação do mercado nacional com o ajuste fiscal e críticas de Lula ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, têm elevado a divisa norte-americana nas últimas semanas. O dólar chegou a atingir seu maior valor de fechamento desde janeiro de 2022 na terça-feira passada, a R$ 5,66.

"O mercado segue sensível às incertezas, apesar do tom mais positivo do governo. Mesmo assim, só temos discursos, nenhum número mostra que de fato o cenário mudou", diz Hemelin Mendonça, sócia da AVG Capital.

Na Bolsa brasileira, o Ibovespa garantiu alta principalmente por conta do desempenho das ações da Petrobras, que, mesmo em dia de queda do petróleo no exterior, fecharam em alta de mais de 2%.

Nesta manhã, a petroleira anunciou aumentos nos preços da gasolina e do gás de botijão, em resposta à alta das cotações internacionais do petróleo e à desvalorização cambial. A notícia foi considerada positiva pois aproximou os preços praticados no Brasil, que estavam abaixo da paridade, aos valores do mercado internacional.

Analistas do Goldman Sachs afirmam que o reajuste pode diminuir as preocupações de investidores quanto a potenciais intervenções na política de preços da Petrobras, em especial após a recente mudança no comando da companhia.

O Itaú BBA também afirma que o anúncio foi positivo, citando que a nova presidente da companhia, Magda Chambriard, disse recentemente que a Petrobras não pretende fazer nenhuma alteração na política de preços.

"O ajuste de hoje reafirma o compromisso da Petrobras com a execução do estratégia comercial, evitando ao mesmo tempo transferir a volatilidade para o consumidor", diz o banco.


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