Donald Trump alfineta a China, que responde, e o que importa no mercado
ouça este conteúdo
|
readme
|
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Donald Trump alfineta a China, que responde, indústria aeroespacial teme por corte no fornecimento de peças e outros destaques do mercado nesta terça-feira (8).

'Amazonas Forte de Novo' repete 'Make America Great Again'
**AVIÃO SEM ASA**
é a Boeing assim sem a Howmet Aerospace. E é desse jeito que as aeronaves podem ficar depois do tarifaço de Trump. Calma, vamos explicar.
QUEM?
A Howmet Aerospace é uma fornecedora de peças para aviões. Ela vende, sobretudo, para a Airbus e a Boeing, as duas maiores fabricantes de aeronaves comerciais do mundo.
Ela produz componentes metálicos essenciais da indústria, que movimenta US$ 150 bilhões (R$ 886 bilhões) ao ano. Deu para perceber que ela é bastante importante na cadeia produtiva aeronáutica, certo?
Aí que mora o problema. Ela avisou seus principais clientes que pode interromper algumas remessas se elas forem impactadas pelas tarifas de Trump. A informação foi divulgada em uma carta enviada às fabricantes, a qual a Reuters teve acesso.
A Howmet escreveu que declara um evento de força maior, um dispositivo legal que permite que as partes de um contrato evitem suas obrigações se forem atingidas por circunstâncias externas inevitáveis e imprevisíveis.
[A empresa] será dispensada de fornecer quaisquer produtos ou serviços que sejam afetados por esta emergência nacional declarada e/ou pela ordem executiva tarifária, diz um trecho.
FILHA ÚNICA
Parece ser o primeiro, e, até o momento, o único movimento do tipo na indústria. As fontes consultadas pela agência de notícias não conseguiram cravar se isso traria danos a curto prazo para a indústria aeroespacial.
Vale lembrar que o anúncio não diz que a Howmet vai interromper automaticamente todos os seus fornecimentos, mas abre uma porta para ela alegar que não conseguirá cumprir seus contratos.
VAQUINHA
A carta ainda deixou espaço para que os clientes compartilhassem o custo das taxas com a fornecedora.
SACO DE PANCADAS
A indústria aeroespacial recebeu com desgosto as últimas notícias vindas da Casa Branca. Além de importar peças de vários países, ela também enfrenta custos adicionais devido às tarifas à importação de aço e alumínio.
**TRUMP DOBRA A APOSTA... E A CHINA RESPONDE**
"Lutar até o fim" é o que a China anunciou que fará na batalha das tarifas com os EUA. Ontem, Donald Trump prometeu pesar ainda mais a mão sobre o país rival: quer aplicar taxas de 50% sobre as importações chinesas.
RÉPLICA
O país asiático havia anunciado a imposição de taxas adicionais de 34% sobre importações dos EUA a mesma alíquota que receberam de Trump, dois dias depois da divulgação do tarifaço.
BUMERANGUE
Antes de lançar suas medidas, Trump havia prometido fazer a tréplica à China na ocasião de uma resposta vinda dos inimigos. Aconteceu o previsto: o presidente americano disse o que quis, ouviu o que não queria e disse o que quis de novo.
Além da adição de 50% nos encargos aos produtos chineses, ele ainda quer que qualquer negociação em curso com o país seja suspensa.
Todas as negociações com a China referentes às reuniões solicitadas por eles serão encerradas! As negociações com outros países, que também solicitam reuniões, começarão a ocorrer imediatamente, escreveu na sua rede social, a Truth Social.
Vale abrir um parênteses para lembrar que o Brasil é um desses países que querem uma reunião com os americanos. A estratégia inicial do governo Lula é tentar resolver o tarifaço no diálogo. Depois, pode entrar em ação o PL da reciprocidade, aprovado no Legislativo na semana passada.
E A CHINA?
Respondeu na mesma moeda. Em comunicado divulgado nesta terça, o país diz que irá até o fim na batalha com o parceiro (?) comercial.
"Os EUA ameaçam escalar as tarifas contra a China, o que é um erro em cima de outro e mais uma vez expõe a natureza chantagista do lado dos EUA, o que a China nunca irá aceitar", afirmou o Ministério do Comércio.
**UNIÃO NO SUL**
Parece que os hermanos veem no Brasil uma oportunidade de expandir seus negócios. O Mercado Livre, empresa argentina (de apelido Meli, para os íntimos), anunciou um investimento de R$ 34 bilhões aqui
A injeção é 48% mais forte do que os R$ 23 bilhões que foram investidos em 2024.
AS PROMESSAS
Ao lado do presidente Lula, o líder da companhia no Brasil, Fernando Yunes, afirmou que irá mais do que dobrar o número de funcionários no país na comparação com o ano passado. Para isso, devem ser abertos 14 mil postos de trabalho.
Participaram da reunião outros nomes importantes do Executivo, como Fernando Haddad (ministro da Fazenda), Márcio França (do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte) e Luiz Marinho (Trabalho e Emprego).
Segundo a empresa, o montante vai ser investido em logística, tecnologia para o comércio eletrônico e serviços financeiros, programa de fidelidade e entretenimento, além de ações de marketing e contratação de funcionários.
Fique esperto se estiver procurando trabalho na área de serviços financeiros, logística e tecnologia. Devem ser as áreas com mais contratações.
PARA QUE TUDO ISSO?
Em 2024, o Brasil representou sozinho 55% da receita total do grupo no consolidado do ano.
A receita líquida daqui somou R$ 61,4 bilhões, sendo R$ 37,7 bilhões da operação do e-commerce e R$ 23,7 bilhões da fintech Mercado Pago.
Ou seja, para o Mercado Livre, é um bom negócio investir no Brasil a tendência é que os retornos sejam robustos.
Para o governo, é bom facilitar o processo. O investimento deve gerar empregos e incentivar microempreendedores que usam as maquininhas de cartões do Mercado Pago e o e-commerce para vender seus produtos uma pauta cara do presidente.
Por outro lado, alimentar um gigante pode esmagar outras iniciativas nacionais menores.
Uma das soluções para tentar atenuar o impacto das medidas de Trump é o investimento regional. Fazer negócios perto de casa é sempre uma boa alternativa.
**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
BC entra na roda no caso do Banco Master. O TCU (Tribunal de Contas da União) vai abrir um processo para investigar uma eventual omissão do Banco Central em negócios feitos pela banco de Daniel Vorcaro.
Gol avança...A empresa aérea viu andar sua recuperação judicial nos EUA e concluiu negociações com a Boeing.
Não precisa chamar o SAMU. A gente te ensina a declarar os gastos de saúde no Imposto de Renda sem desespero.
Seu novo celular pode ser um chinês (feito no Brasil). A empresa Vivo chega com outro nome aqui e começa a produzir aparelhos em Manaus.

ASSUNTOS: Economia