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Galípolo descarta risco ao setor bancário mesmo com crise do Master

Por Folha de São Paulo

29/04/2025 13h30 — em
Economia


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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, descartou nesta terça-feira (29) a existência de qualquer risco sistêmico no setor bancário ao ser perguntado sobre um eventual contágio da crise do Master ao restante do mercado.

As declarações foram dadas durante entrevista à imprensa sobre o Relatório de Estabilidade Financeira, publicado semestralmente, e minimizam possíveis temores pelos efeitos de uma eventual quebra do Master. O banco está sendo negociado pelo estatal BRB, mas uma fatia de ativos de baixa qualidade tem mobilizado discussões entre o BC e as maiores instituições financeiras do país.

"A gente se sente bastante confortável em dizer que, como mostra o relatório, não há nenhum tipo de ameaça do ponto de vista sistêmico. O sistema financeiro está absolutamente sólido no Brasil e, no momento, a confiança dele está bastante clara nas indicações", afirmou. "Não temos nenhum tipo de indício ou preocupação do ponto de vista sistêmico para o sistema financeiro nacional".

Mais cedo, o BC publicou relatório em que conclui, sem citar o Master, não haver riscos relevantes para a estabilidade financeira no país. "O SFN [Sistema Financeiro Nacional] permanece com capitalização e liquidez confortáveis e provisões adequadas ao nível de perdas esperadas. Além disso, os testes de estresse de capital e de liquidez demonstram a robustez do sistema bancário", diz o texto.

Os dados se referem ao fim de 2024, quando a situação do Master já vinha se agravando. A operação de compra por parte do BRB foi anunciada em março de 2025.

De acordo com a autoridade monetária, diferentes fatores dão resiliência ao sistema bancário. Desde a crise financeira internacional de 2008, diz o BC, uma série de políticas tiveram como resultado o fortalecimento frente a eventuais falhas e períodos de maior preocupação.

Na entrevista, Galípolo também defendeu a regulação do BC feita desde a gestão de seu antecessor, Roberto Campos Neto (e quando o próprio Galípolo era diretor), e que versa sobre temas ligados ao Master (como precatórios e mais restrição do FGC, o Fundo Garantidor de Crédito). Os comentários rebatem críticas de que a autoridade monetária demorou a agir para evitar problemas como os do Master.

O diretor de Fiscalização do BC, Ailton De Aquino Santos, também comentou sobre as plataformas de investimento, que estão no bojo das discussões sobre a reforma do FGC, e indicou que novas regras podem entrar em vigor para essas instituições.

O BC defende aperfeiçoamentos no modelo. No mercado, comenta-se, por exemplo, sobre a necessidade de essas plataformas também contribuírem ao FGC –o que não é feito hoje.

"Não tenho dúvida, as plataformas são instrumentos relevantíssimos para a associação financeira", afirmou Santos. "Ajustes serão sempre avaliados, e o nosso papel é fundamental para que a gente possa se engajar aqui sempre em termos de estabilidade e acompanhamento".


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