História nos ensina que guerras comerciais não têm vencedores, diz Lula na Celac
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TEGUCIGALPA, HONDURAS (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quarta-feira (9), durante a cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), o tarifaço anunciado na semana passada pelo presidente americano, Donald Trump.

Guerra do garimpo e a riqueza que o País despreza
"Tarifas desestabilizam a economia internacional e elevam os preços. A história nos ensina que guerras comerciais não têm vencedores. Se seguirmos separados, a comunidade latino-americana e caribenha corre o risco de regressar à condição de zona de influência em uma nova divisão do globo entre superpotências", afirmou o petista, sem mencionar o republicano, na capital de Honduras, Tegucigalpa, onde o evento ocorre.
O discurso na reunião de chefes de Estado, realizada no começo da tarde, deve ser alguns tons acima da declaração final do grupo, que reúne 33 países de uma região fragmentada politicamente como a América Latina.
Apesar disso, foi menos provocativo do que o de parte de seus colegas. Entre os 11 líderes presentes na reunião estão os de Colômbia, Gustavo Petro; México, Claudia Sheinbaum; Cuba, Miguel Díaz-Canel; Bolívia, Luis Arce; e Honduras, Xiomara Castro.
Entre os temas mencionados por Lula estão Amazônia, crise climática e multilateralismo -sistema em uma crise que deveria fomentar a integração latino-americana, segundo o presidente. Ao falar sobre o assunto, aliás, o petista aproveitou para vender novamente a proposta do Brasil em relação à Secretaria-Geral da ONU.
O governo tenta unir a América Latina em torno de uma candidatura única de uma mulher da região ao cargo, atualmente ocupado pelo português António Guterres. "A Celac pode contribuir para resgatar a credibilidade da ONU elegendo a primeira mulher Secretária-Geral da organização", disse o presidente.
"Agora, nossa autonomia está novamente em xeque. Tentativas de instaurar novas hegemonias pairam sobre a nossa região. A liberdade e a autodeterminação são as primeiras vítimas de um mundo sem regras", afirmou.

ASSUNTOS: Economia