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IBGE reduz estimativa, mas ainda prevê safra recorde de grãos em 2025

Por Folha de São Paulo

13/03/2025 11h45 — em
Economia


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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) reduziu a sua estimativa mensal para a safra de grãos em 2025, mas ainda prevê um recorde neste ano.

Conforme a projeção de fevereiro, divulgada nesta quinta-feira (13), a produção do país deve alcançar a máxima de 323,8 milhões de toneladas.

Isso significa uma baixa de 0,5% na comparação com o que era esperado em janeiro para 2025 (325,3 milhões de toneladas). Porém, a nova previsão (323,8 milhões de toneladas) é 10,6% maior do que a safra obtida em 2024 (292,7 milhões de toneladas), quando as lavouras sofreram com o clima adverso.

As informações integram o LSPA (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola). A série histórica reúne dados desde 1975.

Até o momento, o recorde foi registrado em 2023. Na ocasião, a safra foi de 316,4 milhões de toneladas, segundo o IBGE. A marca deve ser superada em 2,3% em 2025 (323,8 milhões de toneladas).

O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos investigados. Em conjunto, representam 92,9% da estimativa da produção, conforme o instituto.

O IBGE afirma que a soja tende a alcançar o recorde de 164,4 milhões de toneladas neste ano. A perspectiva para o grão é de aumento de 13,4% em relação ao ano passado.

Em boa parte do país, a semeadura da soja passou por atraso, mas as chuvas de outubro a dezembro permitiram o bom desenvolvimento das lavouras na maioria das regiões, disse o instituto.

Houve, por outro lado, um declínio de 1,3% ante a previsão de janeiro para a safra de soja em 2025. Conforme o gerente da pesquisa do IBGE, Carlos Barradas, a queda está associada ao quadro do Rio Grande do Sul.

No estado, a estiagem e as altas temperaturas prejudicaram o desenvolvimento da cultura. "Houve perdas registradas no estado do Rio Grande do Sul, por conta da falta de chuvas neste início de ano", disse o técnico.

Quanto ao milho, a estimativa de produção no país é de 124,8 milhões de toneladas. O patamar indica crescimento de 0,5% em relação à estimativa de janeiro para 2025 e alta de 8,8% em relação ao volume de 2024.

A produção brasileira de milho deve ser a segunda maior da série histórica, perdendo somente para 2023, afirmou o IBGE.

Já a estimativa para o arroz é de 11,5 milhões de toneladas. Isso sinaliza um crescimento de 0,7% em relação à previsão de janeiro e de 9% ante a safra de 2024.

"Os preços e a rentabilidade da cultura encontravam-se atrativos para o produtor, incentivando o aumento da área na época do plantio. O aumento das áreas de arroz é um fator importante para o país, pois há alguns anos a cultura vem perdendo espaço para lavouras mais rentáveis como a soja e o milho", disse o IBGE.

Para o feijão, a estimativa, considerando as três safras, é de 3,4 milhões de toneladas. O número sinaliza um declínio de 1,2% em relação a janeiro e um crescimento de 9,6% ante 2024.

"Essa produção deve atender ao consumo interno brasileiro, em 2025, não havendo necessidade da importação do produto", declarou o IBGE.

CONAB TAMBÉM PROJETA RECORDE

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) também divulgou nesta quinta sua nova estimativa para a safra de grãos.

O órgão prevê agora uma produção de 328,3 milhões de toneladas, um aumento de 10,3% frente ao volume obtido no ciclo anterior. Caso o número se confirme, será um novo recorde na série histórica.

O cenário, afirma a Conab, reflete tanto um avanço na área plantada quanto uma recuperação da produtividade média das lavouras.

O órgão, ao contrário do IBGE, elevou a previsão para a safra em 0,8% na comparação com o número divulgado no mês anterior (325,7 milhões de toneladas).

SAFRA PODE GERAR ALÍVIO NO BOLSO

Segundo analistas, a entrada da nova safra pode gerar algum alívio para a inflação dos alimentos, que virou dor de cabeça para o governo Lula (PT).

A carestia da comida é apontada como uma das principais razões para a queda da popularidade do presidente.

Em busca de uma redução dos preços, o governo promete zerar a alíquota de importação de produtos como carne, café, milho, óleos e açúcar.

Associações de produtores, por outro lado, afirmaram que a medida é inócua em razão da ausência de fornecedores competitivos.

Na quarta (12), o IBGE informou que a inflação do grupo alimentação e bebidas desacelerou a 0,7% em fevereiro, após marcar 0,96% no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro.

Ainda assim, o segmento acumula alta de 7% em 12 meses. É a maior dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados no IPCA.

Em 2024, questões climáticas prejudicaram a safra e causaram impactos na inflação, segundo analistas.

Enchentes de proporções históricas no Rio Grande do Sul e períodos de seca em diferentes regiões fazem parte da lista de problemas.


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