Petrobras assina contratos de R$ 16,5 bi para fabricar navios no país
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Petrobras assinou nesta quinta-feira (12) contratos de R$ 16,5 bilhões para a construção de 12 embarcações de apoio a plataformas de produção de petróleo em alto-mar. As obras serão feitas em estaleiros em Santa Catarina pelas empresas Bram Offshore e Starnay Serviços Marítimos.
Os contratos fazem parte de um pacote de encomendas de embarcações anunciado pela estatal em 2023, com o objetivo de substituir parte da frota que está chegando ao fim da vida útil. Na época, a estatal previa contratar até 36 barcos.
Este primeiro pacote contempla embarcações que fazem transporte entre o continente e as plataformas em alto-mar. A Petrobras diz que o conteúdo local mínimo dos contratos é 40%, o que significa que R$ 5,2 bilhões serão gastos com bens e serviços no Brasil.
Os contratos determinam ainda que as embarcações tenham um sistema de propulsão híbrido, combinando motores elétricos e baterias com motores a diesel e biodiesel. A estatal estima a geração de 11 mil empregos diretos.
"Essas novas unidades não só irão incorporar o que há de mais moderno em tecnologia, como também representam nosso engajamento com melhores práticas sustentáveis e inovadoras", disse, em nota, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
Em seu plano estratégico lançado no fim de novembro, a Petrobras diz que precisará de algo entre 80 e 90 barcos de apoio nos próximos cinco anos, considerando a frota já contratada e novas aquisições de navios.
O esforço para contratar em estaleiros brasileiros é promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que patrocinou em seus primeiros governos um plano de recuperação da indústria naval brasileira.
O setor chegou a ter 80 mil trabalhadores em 2014, mas entrou em crise com a suspensão de contratos após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Em 2022, o número de trabalhadoras havia caído a pouco mais de 23 mil.
Nesse esforço, a Petrobras já aprovou também a contratação de 16 navios para o transporte de petróleo e combustíveis. A primeira licitação, com quatro embarcações, recebeu apenas uma proposta, do Estaleiro Rio Grande, ainda em análise pela Transpetro, subsidiária da estatal para o transporte.
A dificuldade em destravar as obras era uma das críticas do governo e aliados a Jean Paul Prates, primeiro presidente da Petrobras no terceiro mandato de Lula, demitido neste ano após crise gerada pela retenção de dividendos da estatal.
Sua substituta prometeu agilizar as obras ao assumir. Em evento no Rio de Janeiro nesta terça (10), Magda reforçou que a estatal está "profundamente comprometida" com a indústria brasileira e que acredita na capacidade do fornecedor nacional para oferecer bens e serviços.
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