Petrobras não vai passar confusão do mercado externo a consumidor, diz Magda sobre combustíveis
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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta quarta-feira (16) que a companhia acompanha o cenário de preços de petróleo mais baixos, mas que sua política de preços evita repassar ao consumidor "a confusão" no mercado internacional.

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A estatal vem praticando preços acima das cotações internacionais desde o início do mês, quando o tarifaço do presidente americano Donald Trump derrubou o preço do petróleo.
Na abertura do mercado desta quarta, a gasolina vendida pela Petrobras custava R$ 0,11 por litro acima da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). No caso do diesel. A diferença era de R$ 0,16 por litro.
Questionada sobre a possibilidade de corte de preços, Chambriard disse que a Petrobras acompanha diariamente o cenário. "Preço de combustível faz parte do nosso dia a dia, isso não é um bicho de sete cabeças, tem regra, tem procedimento", afirmou.
Magda ressaltou, porém, que a empresa tem que avaliar com cuidado os preços para evitar transferir ao consumidor volatilidades do mercado. "A palavra confusão expressa muito bem o que estamos vivendo hoje [no mercado internacional]", disse ela, repetindo termo usado por repórter.
A Petrobras reduziu o preço do diesel no início de abril, ainda antes do tarifaço de Trump derrubar as cotações internacionais. Já a última alteração no preço da gasolina foi promovida pela estatal em julho de 2024.
A empresa vem sendo cobrada pelo governo a repassar a queda nas cotações internacionais, o que ajudaria no esforço para conter a insatisfação do eleitorado com a inflação. A gasolina é o principal componente do IPCA.
Magda deu entrevista em cerimônia de assinatura de convênio com a Coppe/UFRJ para a construção de um laboratório de pesquisas sobre o escoamento de petróleo e gás entre plataformas e o continente.
O objetivo é estudar soluções para a obstrução dos dutos por hidratos e parafina produzidas junto ao petróleo e o gás. Segundo Magda, a pesquisa pode favorecer a produção de fertilizantes no país, já que permitiria o transporte de volumes de gás com alto teor de CO2, usados como insumo por essa indústria.
Em entrevista após o evento, ela voltou a defender a exploração de petróleo na margem equatorial brasileira, argumentando que o país ficará mais pobre e tera que importar petróleo mais poluente se não abrir novas fronteiras exploratórias.
Mas evitou confirmar se a estatal foi uma das empresas a manifestar interesse por áreas na bacia da Foz do Amazonas que o governo levará a leilão em junho. "Temos interesse em todas as bacias brasileiras", limitou-se a dizer.
A oferta de áreas exploratórias na Foz do Amazonas ocorre em meio a embate entre as áreas ambiental e energética do governo sobre a viabilidade da perfuração de poços petrolíferos na área. A Petrobras tenta há anos licenciar um primeiro poço, mas enfrenta resistência da área técnica do Ibama.
Nesta quarta, Magda disse mais uma vez estar otimista quanto a obtenção da licença, defendida também por políticos da região e aliados do governo.

ASSUNTOS: Economia