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BLECAUTES


Por Flávio Lauria

16/11/2023 16h34 — em
Espaço Crítico



Muitos blecautes fazem parte de nosso cotidiano. Blecautes de dólar, de emprego, de luz ( principalmente com esse calor ) de reais, de águas que invadem casas. Elevadores de prédios comerciais que não funcionam, por longo período, blecautes de honestidade, de competência, governos que se declaram impotentes para corrigir as causas de tantas mazelas, por estas ou aquelas razões. Com honestidade, ou malandragem. Falar com paulistas nestes dias é ouvir um rosário de lágrimas, falta agua em todos os locais da cidade.  No Rio de Janeiro é em Manaus, o maior blecaute é da segurança, problema apesar de todo o país também. Medo, temor, receio de sair de casa. Nunca se sabe! As revistas que trazem modelitos de carros blindados, grades iguais às das prisões, sistemas eletrônicos sofisticados, empresas de segurança que promovem cursos e orientações... Bem, o caos, para não dizer a guerra! Entre o susto da variação do dólar e suas consequências funestas para tantas empresas, pequenas ou grandes, ouvimos histórias que, em outras circunstâncias, pareceriam fantasia. Horas e horas em engarrafamentos. Não é por acaso que alguns intelectuais inteligentes dos grandes centros se deslocam para nossa cidade. Bem-vindos! Parece que por lá o clima é mesmo de guerra. Os encontros, reuniões, agendas e festas acontecem em função da previsão meteorológica do dia. A corrupção, embora já velha conhecida do povo, consegue surpreender, pois nos lembra a organização da Máfia italiana. A fortuna e o padrão de vida de alguns  membros do Legislativo nos deixa pasmos! O crime, a violência, as balas perdidas, a agressividade e a tensão. Ler ou ouvir o noticiário parece um sonho. Quase engraçado se não fosse trágico! Cenas de filme bem produzidos, mas são reais. Mas acontecem blecautes de sentimentos também, e aí lembro de Miriam Marchesi quando afirmava que não alimentava sentimentos não recíprocos. As ilusões são tão belas quanto efêmeras… são exatamente como um castelo de areia, demora um pouco para construir, mas para faze-lo desabar, é questão de um segundo. Egoísmo, agressividade, falta de educação, respeito, consideração e algumas coisinhas mais que andam inibidas de entrar no cotidiano. Para não falar das depressões, síndrome de pânico, doenças variadas e esquisitas, sobretudo aquelas que os médicos chamam de viroses de origem desconhecida. Ou fundo emocional. Febres estranhas, dores e um sem-fim de males que a medicina alternativa tenta dar conta. Do-in, acupuntura, reflexologia e tantas outras soluções para a harmonia do corpo e da alma, porque as religiões, apesar de serem tantas, parecem frágeis para suprir a tantas necessidades. Quem diria que as pessoas iriam precisar do barulho para se encontrar. Bons tempos aqueles em que os fenômenos da natureza não eram os culpados pelos blecautes. Pronto, mais um artigo, apesar de tecer comentários sobre vários problemas, chegamos aos mesmos blecautes.

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