Canastrões
As contradições dentro do nosso Poder Judiciário, leva a um descrédito na instituição, que é nossa única e ultima esperança. O pior que pode acontecer a um povo é não acreditar em suas instituições e não respeitá-las.
Grandes revoluções só ocorrem se os valores dos governantes encontram-se em assintonia com as esperanças dos seus cidadãos. Movimentos libertários resultam da luta pela conquista de princípios vilipendiados pelos representantes do poder. Por isso, a relevância do momento histórico vivido, hoje, no Brasil.
Assistimos à confissão, por dirigentes partidários, agentes políticos, empresários e expressivas autoridades da República, de violações das legislações eleitoral, tributária e penal, sem constrangimentos, sem pudor, sem medo de punição e com total descrédito à apreciação judicial dos fatos revelados. E com bilhões alguns já devolvidos, um ministro do Supremo, resolve monocraticamente, tornar inválida a confissão de empresários, num escárnio, e numa verdadeira contradição.
Os personagens dessa novela tragicômica, dessa ópera bufa, dessa comédia burlesca, são apenas bandidos canastrões, desempenhando papéis decorados em filmes de quinta categoria, dirigidos por advogados competentes e bem pagos, e que têm a certeza da impunidade dos estúdios, as instituições do Brasil.
Os responsáveis pelas CPIs e o Ministério Público têm que submeter à Justiça provas irrefutáveis de que o dinheiro tido como de empréstimo do empresário caridoso, no caso especifico a Odebrecht, é dinheiro público sim, remetido para paraísos fiscais, oriundo de transações fraudulentas, licitações mascaradas, contratos superfaturados, negociatas, compra e venda de políticos inescrupulosos, que teria sido utilizado para movimentar altas somas de dinheiro em pagamentos ilícitos para agentes públicos e políticos. Não se trata, como arquitetado juridicamente, de mero crime eleitoral, decorrente de dinheiro de campanha não contabilizado, com penas mais brandas.
Os atores decadentes desse holocausto desonroso para o País têm que perder os bens constantes em seus nomes e nos das suas mulheres; têm que perder, sobretudo, a liberdade de ir e vir.
Com outro final, os bandidos serão vitoriosos e as instituições desacreditadas.
ASSUNTOS: Espaço Crítico