O remédio é o voto
Caros leitores e leitoras, existe um remédio infalível para combater a irritação e o desânimo provocados pelos erros do governo ou por aquelas manifestações que se revelam excelentes oportunidades perdidas de permanecer em silêncio.
O santo remédio é o voto. A estridente esqualidez e patente desonestidade dos argumentos esgrimidos para demonstrar quem é o melhor para a cidade no caso da eleição de domingo próximo, virtualmente empurram o ouvinte dotado de boa-fé e de um mínimo de informação a relevar até as derrapadas especialmente reprováveis.
Mais ainda: tamanha a indigência da retórica radical que reverbera dos lados opostos. O que passa por ser a sua antítese é, na realidade, uma coleção de platitudes que confundem objetivos com propostas, como se o mero enunciado destas últimas permitisse, por um lance de voluntarismo mágico, resgatar o povo de suas tremendas enfermidades sociais.
Suponha-se, para argumentar, que os presumíveis caminhos sugeridos pelas oposições sejam os ideais para dar pão, teto, trabalho, escola e saúde aos muitos milhões de amazonenses manauara, que deles tanto carecem. Suponha-se ainda que, em vez de ter sido quebrado por seus aproveitadores e de ostentar uma ineficiência a toda prova, o Município esteja apto a desencadear os programas “desenvolvimentistas” e de promoção social.
Pois bem, é como a noite se segue ao dia que Manaus, nas atuais circunstâncias, só poderia enveredar por esses caminhos, a partir de uma sequência de passos na contramão da legalidade vigente e dos compromissos financeiros assumidos pelo governo no País e no exterior.
Dado que nem em sonho medidas desse tipo teriam o indispensável respaldo institucional – mantidas as regras do jogo democrático, a atual correlação das forças políticas e as convicções dominantes da opinião pública.
O conflito entre meios e fins, embaraça os rumos. Mais fácil é marchar para o imponderável. No caso de Manaus, a população espera sinais claros de que soou a hora de conferir primazia ao crescimento, não como um fim em si mesmo, mas como instrumento de promoção da elevação dos padrões de bem-estar dos manauaras.
No caso presente, ao contrário da história e versículo da Bíblia, nem David, tem uma funda e cinco pedras, nem Alberto, é um filisteu, e um gigante. Que vença o melhor, para a cidade de Manaus.
ASSUNTOS: Espaço Crítico