'Ar fresco' ajudou nadador brasileiro a obter melhor tempo do mundo em 2025
ouça este conteúdo
|
readme
|
RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Guilherme Caribé fez o melhor tempo do mundo em 2025 em uma prova dos 100m livre ao nadar em 47s10 no Troféu Maria Lenk é o décimo nadador mais rápido da história. O bom resultado aconteceu após um "processo longo e individual" de amadurecimento, como o próprio competidor conta.

Projeto de vereador embute preconceito e horror à arte
O atleta da Unisanta ressaltou que o início positivo na atual temporada acontece após algumas frustrações, mas que se tornaram combustível para chegar ao resultado atual.
Foi um processo individual, comigo mesmo, entendendo o que eu precisava fazer para, no momento de nadar, executar da melhor maneira. Algo que eu gosto de fazer bastante é sair um pouco, respirar um ar fresco, tomar um sol. Nos Estados Unidos, a gente nada em piscina interna, passa muito tempo no quarto, sozinho, então, acredito que sair um pouquinho, espairecer a mente, pensar em algumas outras coisas, ajudou bastante", diz.
Caribé citou o Mundial de Fukuoka, em julho de 2023, e os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, ao explicar como os resultados em tais competições ajudaram no desenvolvimento.
No Mundial, à época com 20 anos e já apontado como uma das grandes promessas da natação brasileira, ficou na 12ª colocação nos 100m livre. Em Paris, caiu na semifinal da modalidade.
"Foi um processo bem longo desde que tudo começou na minha competição em Fukuoka [em julho/2023]. Foi o meu primeiro Mundial Absoluto. Tinha treinado bastante e acredito que acabei me concentrando um pouco na pressão, entendendo que eu estava no Mundial e realizando um sonho. Acho que isso acabou me atrapalhando. Indo para os Jogos Olímpicos, acredito que aconteceu algo parecido. Aprendi a sair dos Jogos Olímpicos com outra cabeça, outra maturidade.
Voltei para os Estados Unidos. Acredito que lá o que me ajudou bastante também foi o trabalho todo com psicólogo, achando o que eu errei para arrumar. Natação é um esporte muito decidido no detalhe, e o que você faz fora d'água interfere dentro. Percebi que amadureci a minha cabeça no Mundial em Budapeste. Realizei o sonho de ser medalhista do Mundial e, naquela competição, entendi o que eu precisava para mim."
Este foi o terceiro título de Caribé no Maria Lenk. De quebra, ele superou o recorde do campeonato que pertencia a Cesar Cielo desde 2009.
"Acredito que, com todas as competições que eu participei, amadureci muito. Não só fisicamente, não só como atleta, mas mentalmente também e como pessoa. Aprendi bastante com meus próprios erros. Cada queda na água é um aprendizado novo, e acredito que amadureci muito minhas ideias. É continuar fazendo um trabalho duro, pois isso fez a diferença", disse.
O QUE MAIS ELE FALOU?
Tempo no Troféu Maria Lenk: "Era algo que eu estava buscando já. Há dois anos eu vim nessa mesma piscina, nadei meu primeiro 47s. E, desde aquele dia, nunca mais tinha dado o melhor tempo da minha vida. Saí da piscina sabendo que eu dei meu máximo, consegui baixar quase um segundo na minha melhor marca... É bem gratificante entender que, no momento, tenho o melhor tempo do mundo. É bem legal e é bem animador para ir nadar no Campeonato Mundial e mostrar o que eu posso fazer lá representando o Brasil".
Ciclo para LA-2028: "Temos, praticamente, ainda três anos até as Olimpíadas, mas a preparação para os Jogos começa logo depois que as Olimpíadas terminam. Então, começar o ano de 2005, na minha primeira competição de piscina longa, dando um 47s10 é bem gratificante, me deixa bem animado para voltar a treinar e saber que tem três anos ainda para mostrar o que eu posso fazer e, se Deus quiser, buscar o recorde de volta".

ASSUNTOS: Esportes