Conselho do São Paulo cria comissão para investigar déficit recorde de 2024
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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Conselho Deliberativo do São Paulo criou uma comissão para investigar o déficit de 2024 de R$ 289 milhões, maior da história do clube. A reportagem entrevistou Olten Ayres Jr, presidente do colegiado, que explicou o procedimento.

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"Essa comissão está prevista no Estatuto e alguns conselheiros requisitaram. Uma vez que houve um déficit importante, a comissão é instaurada para que se faça um relatório explicando o motivo do déficit. Nas outras vezes não ocorreu porque o déficit não era tão considerável como foi desta vez. O Estatuto é um pouco vago, mas o número de membros deve ser em torno de cinco, todos conselheiros, e o prazo deve ser curto, mas também não há definição no Estatuto", disse.
Tal comissão irá analisar a prestação de contas para entender como se chegou a esse déficit recorde. Depois, irá apresentar um relatório ao Conselho e haverá uma votação. Não há previsão de punição, entretanto.
"Olha, teria uma consequência se houvesse algum tipo de desvio de finalidade, mas não é o caso. As pessoas se assustam muito com a visão de um déficit, de uma dívida, Mas o problema é saber o quanto disso é investimento e o quanto não é. Você pode ter zero de dívida, mas também estar com uma situação muito ruim. Ter muita dívida, mas você tá convertendo isso em investimentos de forma que lá na frente você vai ter retorno. O intuito é verificar quanto desse déficit será convertido em investimento ou não. O resultado desse relatório é votado pelo plenário", afirma Olten.
A reportagem apurou que no balanço do primeiro trimestre de 2025, as despesas do futebol estouraram em cerca de R$ 25 milhões sobre o previamente orçado. Olten explica que tais balancetes são apenas informativos e não passam por análise efetiva do Conselho. "Só deliberamos alguma coisa quando há o fechamento do balanço. Esses balancetes são a título de informação, mas eles não têm nenhum tipo de consequência administrativa ou consultiva".
Procuradas, pessoas ligadas ao Departamento de Futebol do São Paulo afirmaram que o déficit de R$ 25 milhões é puramente contábil e que o fluxo de caixa no trimestre é superavitário. Pesam no déficit obrigações contábeis como deságios de jogadores que saíram e as luvas de Wendell e Oscar que apesar de parceladas acabam entrando integralmente no balancete do trimestre.
Além disso, Olten também falou sobre o FIDIC e afirmou que o instrumento vem angariando os fundos que o São Paulo espera, mas que ainda não arrecadou a totalidade do que pode.
"O FIDIC está funcionando, é um instrumento que é razoavelmente novo, e ele tá performando razoavelmente bem, mas em um volume de dinheiro que ainda não performou integralmente. Nós estamos falando de algo que pode alcançar R$ 400 milhões, nós estamos tratando esse assunto não faz nem em quatro meses, então ele está performando, mas não performou na sua integridade. Está dentro do que se esperava", diz Olten.

ASSUNTOS: Esportes