Imane Khelif, pugilista atacada por teste de gênero, vence e vai às semifinais
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A pugilista argelina Imane Khelif, pivô de uma polêmica mundial em torno de seu gênero, venceu por decisão unânime seu combate de quarta de final contra a húngara Anna Luca Hamori.
Após a luta as duas se abraçaram, demonstrando desinteresse na polêmica.
A Arena Paris Norte estava repleta de torcedores argelinos, que vaiavam a húngara e gritavam "One, two, three, vive l'Algérie", assim mesmo, misturando inglês e francês.
A imprensa do mundo inteiro aguarda a entrevista das duas, mas a lutadora passou rapidamente pela área de entrevistas, visivelmente emocionada.
Sua adversária, a húngara Anna Luca Hamori, deu declarações ambíguas em inglês. Não se referiu à rival, e sim ao "orgulho" por ter subido ao ringue, como se tivesse realizado uma façanha. "Dei tudo de mim, acho que foi uma boa luta. Estou muito orgulhosa de mim e grata por estar aqui. Era meu sonho de infância. Desejo boa sorte a minhas adversárias."
Falando mais extensamente à imprensa de seu país, a húngara Anna Luca Hamori fez referências positivas em relação a Imane Khelif.
"Tentei me comportar de maneira completamente esportiva, e minha oponente também. Então não dá para dizer uma única palavra ruim sobre ela. Acho que os últimos dias foram difíceis para todos, para ela e para mim, e por isso queria mostrar que tenho respeito por ela e que não tenho maus pensamentos em relação a ela, já que ela não pode fazer coisa alguma a respeito. Hoje ela venceu, mas pode ser diferente no futuro", concluiu.
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