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O que Marco La Porta pretende mudar no COB e o projeto Los Angeles-2028

Por Folha de São Paulo

04/10/2024 10h15 — em
Esportes



RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - A chapa formada por Marco La Porta e Yane Marques venceu a eleição do Comitê Olímpico do Brasil na quinta-feira (3) e já deu os primeiros indícios do que pode mudar na preparação para os Jogos Olímpicos de Los Angeles, que vão ocorrer em 2028.

"Estabilizamos em Paris [Olimpíadas de 2024]. Os resultados pararam de crescer como vinham crescendo, e sabemos que é um problema de falta de renovação. Precisar ter uma renovação melhor, e para isso precisa investir na área de desenvolvimento. Esse é o principal ponto da nossa gestão, olhar para a base, criar estrutura de treinamento que possa receber os jovens talentos, e fazer o Brasil voltar a crescer", disse La Porta.

O QUE ACONTECEU

A delegação brasileira conquistou 20 medalhas em Paris. Foram três ouros, sete pratas e 10 bronzes na edição mais recente dos Jogos. Havia uma expectativa de alcançar 22 medalhas ao todo, ultrapassando a campanha geral de Tóquio. Os títulos vieram com a judoca Beatriz Souza, a ginasta Rebeca Andrade e a dupla de vôlei de praia Ana Patrícia e Duda.

O desempenho no quadro de medalhas caiu. O Brasil ficou na 20ª posição na capital francesa, contra o 12º lugar de quatro anos antes —foram 21 medalhas, com sete ouros, seis pratas e oito bronzes.

"Temos a preocupação agora para Los Angeles, o ciclo já começou e os atletas estão aí. É mapear esses atletas, preparar bem para chegar em Los Angeles forte, e tem de começar a trabalhar agora", disse La Porta.

Yane Marques, vice na chapa, quer expandir a presença do COB pelo Brasil. Ela ressaltou a necessidade de um trabalho maior para a captação de jovens atletas.

"Temos uma ideia que é muito importante, que é fazer o COB existir em todas as regiões do Brasil, encontrar talentos e material humano que temos. Vamos 'pulverizar' o COB. Ele não vai estar apenas aqui [Rio de Janeiro], vai estar em todas as regiões. Vamos permitir que os jovens se encantem por alguma modalidade, que a gente capte esse atleta, e faça crescer essa base da pirâmide. A base da pirâmide cresce, o topo cresce também", afirmou Marques.

"É a descentralização. A partir de critérios muito bem estabelecidos, fazer os recursos chegarem às confederações. Jogar luz na base, muitos atletas praticando aumenta o número de revelações e, obviamente, vamos estar perto, vamos discutir e alimentar essa cadeia com muito querer, sensibilidade. Captar talentos e massificar os talentos que já encontramos", completou.

O Brasil bateu recorde de ouros nas duas edições anteriores a Paris. Na Rio-2016 e Tóquio-2020, foram sete topos do pódio, contra três em 2024.

Houve queda também no número de modalidades premiadas com algum lugar no pódio. Foram 11 em Paris, 13 em Tóquio e 12 no Rio.


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