Polícia prende membro da Mancha Alviverde suspeito de morte de torcedor do Cruzeiro
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A polícia prendeu, na tarde desta sexta-feira (1º), o primeiro suspeito da operação para localizar integrantes da torcida Mancha Alviverde que participaram a emboscada a cruzeirenses na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, no último domingo (27). A Mancha é a principal torcida do Palmeiras.
O homem foi localizado em uma residência na Freguesia do Ó, na zona norte da capital paulista. No local, também foi aprendida uma barra de ferro.
O suspeito, cujo nome não foi divulgado, não está entre os seis homens procurados na operação policial. Portanto, agora existem sete pessoas suspeitas de envolvimento no caso.
O preso chegou à sede da Drade (delegacia especializada em casos de intolerância esportiva, pouco depois das 17h. Ele chegou dentro da viatura acompanhado pela delegada e do delegado responsável pela investigação, Cesar Saad.
Segundo a delegada Fernanda Herbella, a prisão temporária de 30 dias foi decretada pela Justiça. O caso segue sob segredo por determinação judicial. Ela afirmou que a polícia não vai descansar até que o crime seja esclarecido e os envolvidos presos.
Para a Polícia Civil, o presidente da Mancha, Jorge Sampaio, foi o mentor intelectual da emboscada. Em entrevista a jornalistas nesta sexta, o pai de Jorge, Balbino Santos, 72, afirmou que, se soubesse onde o filho estava, o entregaria. Depois, disse que o filho é inocente e que nunca imaginou passar por tal situação.
"Por ele ser o presidente da Mancha Verde estão querendo jogar um crime nas costas dele, que ele não cometeu. E isso para mim não é justiça", afirmou Santos.
O advogado Gilberto Quintanilha, que defende Jorge Sampaio, afirmou não ter tido acesso ao inquérito. Segundo ele, a situação impede que saiba de maneira formal contra quem são os pedidos de prisão e o seu conteúdo.
"Enquanto eu não tiver acesso, não tem como eu entregar sem saber o que tem na acusação."
Segundo Quintanilha, o pai de Jorge esteve na delegacia apenas para ser ouvido em relação a objetos apreendidos.
Ele era funcionário do gabinete do líder do PL na Câmara de São Paulo, Isac Félix, e foi exonerado dois dias após o caso de violência, segundo a coluna Painel.
Em nota, o gabinete do vereador afirma que não reconhece o envolvimento de Jorge no ocorrido. "Repudiamos prontamente o ato, independentemente de qualquer relação ou responsabilidade de Jorge, cuja participação será apurada pelas autoridades competentes", completa.
O vice-presidente, Felipe Matos dos Santos, também está entre os seis procurados. A defesa dele não foi localizada pela reportagem.
O ataque a dois ônibus onde estavam torcedores da Máfia Azul deixou um morto e cerca de 20 feridos.
Policiais civis e promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) foram às ruas de São Paulo na manhã desta sexta-feira para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra torcedores da Mancha.
Os agentes estiveram na sede da torcida, na rua Palestra Itália, em Perdizes, zona oeste. Eles usaram um ariete, equipamento especial, para arrombar a porta da sede. Objetos ligados à torcida foram apreendidos. Até a publicação ninguém foi encontrado.
Em cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão, policiais civis apreenderam um veículo Chevrolet Celta prata. Os agentes também localizaram em um dos alvos de busca e apreensão roupas, entre elas camisas da Mancha Alviverde. Barras de ferro também foram localizadas e apreendidas.
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