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Rebeca superou histórico de lesões para se consolidar no cenário olímpico

Por Folha de São Paulo

01/08/2024 15h45 — em
Esportes



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A caminhada de Rebeca Andrade, 25, para se consolidar com uma das maiores ginastas de sua geração e ainda voltar ao pódio olímpico nos Jogos de Paris, agora com sua segunda prata no individual geral, não foi sem solavancos, nem acompanhada somente por expressões de felicidade, como a que ela exibia na Arena Bercy.

Antes da medalha alcançada nesta quinta-feira (1), ficando atrás apenas da americana Simone Biles, a brasileira teve de superar um histórico de três lesões graves no joelho até corresponder às expectativas criadas sobre ela desde suas primeiras aparições no cenário mundial.

Nascida em Guarulhos (SP), em 8 de maio de 1999, ela possui nove medalhas em campeonatos mundiais (três delas de ouro), está em sua terceira olimpíada e agora tem quatro medalhas --um ouro, duas pratas e um bronze.

A confirmação de seu potencial olímpico veio nos Jogos de Tóquio-2020, ao conquistar um ouro no salto e uma prata no individual geral. Sua jornada passou a ser reverenciada, entre tantas pessoas, por Simone Biles, a americana amplamente apontada como maior ginasta de todos os tempos.

O desempenho da brasileira nos últimos anos fez com que Biles enxergasse nela uma rival à altura. Nos bastidores do último Mundial, enquanto as atletas esperavam uma cerimônia de pódio, a americana reverenciou Rebeca ao simular que tirava uma coroa da própria cabeça e colocava na da brasileira.

Recentemente, em entrevista ao jornal Washington Post, a brasileira foi a única rival citada nominalmente pela americana. Ao periódico dos Estados Unidos, Biles falou sobre sua relação com Rebeca.

"Eu realmente amo competir com Rebeca. Ela me impressiona. Eu sei que ela quer vencer, mas ela continuará torcendo por mim. E ela sabe que eu quero vencer, mas eu continuarei torcendo por ela", disse.

O embate entre as duas nas Olimpíadas era esperado havia oito anos, mas circunstâncias acima das duas impediu o duelo. Nos Jogos do Rio-2016, Rebeca recuperava-se de uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito. Enquanto a brasileira brilhou nas Olimpíadas de Tóquio-2020, Biles decidiu parar e tirar um tempo para cuidar da saúde mental em meio à competição.

Em Paris, as duas chegaram prontas para o embate. Com o status de rival da americana, a brasileira viu sua confiança aumentar, conforme ela mesma contou em entrevista dias antes de embarcar para a capital francesa.

"A cada ano, a cada conquista, eu me coloquei em outro patamar. Estou muito mais madura. Não posso dizer que eu vou acertar tudo, não é isso, mas eu sinto que confio ainda mais em mim", afirmou.

Essa confiança, de cara, foi determinante para ela ser o maior destaque do Brasil na conquista da inédita medalha por equipes, com um bronze. As brasileiras ficaram atrás dos EUA e da Itália.

A apresentação individual de Rebeca, porém, impressionou até mesmo Simone Biles. Viralizou na internet um vídeo com a reação da americana durante a apresentação da brasileira. Era como se ela já estivesse pensando em como seria a disputa individual. E talvez tenha sido parte de sua motivação para mais uma apresentação, quase, impecável para retomar sua coroa.

Até Rebeca valorizou o retorno triunfal da americana, além, claro, de valorizar a importância de sua prata, exibida com orgulho após o término da competição.


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