SÃO PAULO — A juíza de direito Sueli Zeraik de Oliveira Armani revogou, nesta sexta-feira, a prisão domiciliar do ex-médico Roger Abdelmassih, de 73 anos, e determinou sua transferência do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para o Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário do estado. O médico estava internado há cinco dias para se tratar de uma infecção por bactéria e tinha previsão de alta nesta sexta-feira.

A defesa de Abdelmassih tenta manter o ex-médico no hospital até o dia 15, quando ele teria alta. Um relatório médico assinado pelo urologista da equipe do Albert Einstein diz que Abdelmassih precisa ficar internado por sete dias para tratamentos contra uma bactéria no trato urinário.

A magistrada optou pela transferência à unidade prisional em função do encerramento do contrato do estado de São Paulo com uma empresa que fornecia tornozeleiras eletrônicas para uso em detentos que cumpriam prisão domiciliar, caso de Abdelmassih. Como não há mais o fornecimento do equipamento, ela determinou que ele fosse preso novamente e desse prosseguimento ao tratamento na prisão.

"Tendo em vista que a utilização de tornozeleira eletrônica foi uma das condições estabelecidas para a prisão domiciliar concedida ao sentenciado, fica prejudicada, ao menos neste momento, a manutenção da mesma", escreveu a magistrada na decisão desta sexta.

A juíza determinou que Abdelmassih fique na unidade até "que se ateste sua condição física para retornar à unidade prisional de origem, como de rigor".

Há uma semana ele havia recebido autorização da 1ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté para que fosse tratado no Einstein pelo período de sete dias, encerrado nesta sexta-feira.

- Ele não recebeu alta do Einstein e a juíza já manda ele direto para o hospital. Ele não está em condições. Os exames apontam entupimento nas artérias. Ele precisa ficar internado em um hospital, não em ambulatório. O presídio não tem condições de recebê-lo - queixou-se nesta sexta o advogado de Abdelmassih, Antônio Celso Fraga, que tentará reverter a decisão na Justiça.

Abdelmassih cumpria prisão domiciliar desde o início do mês de julho, depois de receber condenação a 181 anos de prisão pelo estupro de dezenas de pacientes que o procuravam para se submeter a tratamentos de fertilização.