Protesto de neonazistas da Virgínia, nos EUA, leva a confronto
Supremacistas e antifascistas entraram em conflito em Charlottesville, nos EUA. Cidade declarou estado de emergência (vídeo @ricksenra) pic.twitter.com/CYzZ9gA5Pi
— BBC Brasil (@bbcbrasil) 12 de agosto de 2017
CHARLOTTESVILLE — Um confronto entre supremacistas brancos e pessoas que militam contra o fascismo, no campus da Universidade da Virgínia, dentro da cidade universitária de Charlottesville, deixou ao menos duas pessoas feridas, segundo a CNN. As cenas de violência ocorreram neste sábado, um dia após uma assustadora marcha realizada pela extrema-dierita dos EUA, com militantes bradando discurso de ódio contra gays, negros, judeus e imigrantes.
Centenas de homens e mulheres se manifestaram na sexta-feira carregando tochas e fazendo saudações nazistas. Segundo a BBC, um homem que participava do ato chegou a gritar "Sim, eu sou nazista".
O protesto foi descrito pelos participantes como um aquecimento para o ato por eles intitulado de "Unir a Direita", previsto para ocorrer neste sábado na mesma cidade. Os supremacistas brancos que organizam o evento dizem que a expectativa é reunir mais de mil pessoas, incluindo os principais líderes de grupos associados à extrema-direita do país.
Durante confronto ocorrido neste sábado, em resposta à manifestação, a prefeitura de Charlottesville declarou estado de emergência e, por meio de um comunicado no Twitter, classificou o ato como uma "iminente guerra civil".
A cidade, de pouco mais de 50 mil habitantes e a apenas duas horas da capital, Washington, foi escolhida como palco dos protestos após anunciar o plano de retirar uma estátua do general confederado Robert E. Lee de um parque municipal. Durante a Guerra Civil do país (1861-1865), os chamados Estados Confederados buscaram independência para impedir a abolição da escravatura. Atualmente, várias cidades americanas vêm retirando homenagens a militares confederados — o que tem gerado alívio para os que defendem o respeito à comunidade negra, e fúria entre os que manifestam atitudes racistas.
Os participantes do protesto desta sexta-feira carregavam bandeiras dos Confederados e gritavam palavras de ordem como: "Vocês não vão nos substituir", em referência aos imigrantes; "Vidas brancas importam", em contraposição ao movimento negro Black Lives Matter; e "Morte aos antifas", abreviação de "antifascistas", como são conhecidos grupos que se opõem a protestos neonazistas.
Estudantes negros do campus da Universidade da Virginia e jovens que se apresentavam como antifascistas tentaram fazer uma "parede-humana" para impedir a chegada dos manifestantes ao destino final da marcha — uma estátua do terceiro presidente americano, Thomas Jefferson.
"Fogo! Fogo! Fogo!", gritavam os manifestantes, de acordo com a BBC, enquanto eles se aproximavam do grupo de estudantes.
Em número bem menor, o grupo que fazia oposicão à marcha foi expulso da estátua em poucos minutos.
enquanto ambulâncias se deslocavam ao local para socorrer os feridos.
"Esta manifestação é ilegal", afirmou um dos policiais aos manifestantes, que se afastaram, conforme relatou a reportagem da BBC.
Segundo a polícia de Virgínia, alguns participantes foram presos durante o confronto. No entanto, o número exato não foi informado.
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