O médico Mark Chavez, um dos acusados no esquema de fornecimento de ketamina que resultou na morte do ator Matthew Perry, declarou-se culpado.

Segundo o TMZ, Chavez compareceu hoje (2) a um tribunal federal em Los Angeles e admitiu sua culpa em uma acusação de conspiração para distribuir a droga tranquilizante, que é utilizada também em animais de grande porte. Ele confessou ter vendido 20 frascos de ketamina superfaturados para Perry, cobrando até US$ 2 mil (R$ 11 mil) por frasco, enquanto o preço normal era de US$ 12 (R$ 67).

As investigações revelaram que Chavez forneceu a droga ao médico pessoal de Perry, Salvador Plasencia, que repassava ao ator. Em agosto, Chavez fez um acordo com as autoridades para reduzir sua pena e agora formalizou sua confissão, concordando em pagar uma fiança de US$ 50 mil (R$ 280 mil), interromper sua prática médica, entregar seu passaporte e colaborar com as investigações.

De acordo com a promotoria, Chavez participou de uma conversa com outro médico sobre como extorquir dinheiro do ator através de seu vício, referindo-se a Perry como "idiota". "Eles sabiam que estavam colocando o Sr. Perry em grande perigo, mas o fizeram mesmo assim. No fim, os réus estavam mais interessados em lucrar do que em cuidar de seu bem-estar", afirmou o procurador federal Martin Estrada.

Além de Chavez e Plasencia, estão sendo investigados Jasveen Sangha, conhecida como 'rainha da ketamina', o traficante Erik Fleming e Kenneth Iwamasa, assistente pessoal de Perry, acusado de injetar a dose letal no ator.

O julgamento está previsto para começar em 4 de março de 2025, e os envolvidos podem enfrentar penas que variam de 10 anos de prisão à prisão perpétua.

Histórico - Matthew Perry lutou contra o vício por anos, passando por diversos tratamentos, incluindo o uso de ketamina, conforme relatado em sua autobiografia *Amigos, Amores e Aquela Coisa Terrível: As memórias do astro de Friends*. "Eu recebia infusões diárias", escreveu ele. "Era uma droga urbana popular nos anos 1980, mas hoje é usada para aliviar a dor e tratar depressão. Parecia que tinha sido feita para mim, mas a ressaca era pesada demais."

A autópsia revelou que, embora Perry estivesse em tratamento com ketamina para ansiedade e depressão, sua última sessão havia ocorrido uma semana e meia antes de sua morte. A quantidade elevada da substância encontrada em seu corpo sugere uso não prescrito.