Fernando Henrique Cardoso será ouvido por Moro nesta quinta
SÃO PAULO — O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso depõe nesta quinta-feira ao juiz Sérgio Moro como testemunha de defesa do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Na audiência, marcada para 9h30, o tucano deve detalhar sobre o modelo de financiamento do Instituto FHC, que preserva os arquivos dele e da ex-primeira dama Ruth Cardoso.
Okamotto é acusado de lavagem de dinheiro na Lava-Jato, pelos pagamentos feitos pela OAS à Granero para armazenar itens do acervo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os pagamentos foram feitos entre 2011 e 2015. Para os procuradores do Ministério Público Federal, o pagamento foi uma forma de a OAS transferir dinheiro de propina da Petrobras. Na mesma ação, Lula é acusado de receber benefícios da empreiteira também com o tríplex no Guarujá, incluindo reformas e móveis planejados.
A defesa de Okamotto pediu que os ex-presidentes fossem ouvidos, pois a lei determina que o acervo deve ser preservado e passível de acesso pelo público, por meio de acordos com "entidades públicas e pessoas físicas ou jurídicas de direito privado"
"Isto não é uma “jabuticaba”, algo próprio do acervo do ex-presidente Lula, mas sim uma decorrência direta daquilo que estabelece a Lei nº. 8.394/91, que dispõe sobre a preservação, organização e proteção dos acervos documentais privados dos presidentes da República. Ou seja, trata-se de lógica também aplicável ao acervo dos ex-Presidentes Fernando Henrique Cardoso, Itamar Franco, Fernando Collor de Mello, Dilma Roussef e, futuramente, do Sr. Michel Temer", afirma a defesa prévia de Okamotto.
Na ação em que Fernando Henrique será ouvido Lula é acusado pela força-tarefa da Lava-Jato por lavagem de R$ 1,3 milhão pagos pela OAS para armazenar o acervo presidencial entre janeiro de 2011 e janeiro de 2016. Foram 21 pagamentos mensais de R$ 21,5 mil e, segundo os procuradores, a quantia era proveniente de crimes praticados pela empreiteira em licitações da Petrobras.
A defesa de Lula pediu o adiamento das audiências por 15 dias, devido à morte da ex-primeira dama Marisa Letícia, mas Moro não autorizou e lembrou que o ex-presidente não tem participado das audiências.
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