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Paolla Oliveira conta como é ser dirigida pelo namorado em 'A Força do Querer'

Por Portal Do Holanda

15/10/2017 13h41 — em
Famosos & TV


A atriz Paolla Oliveira - Gil Inoue / Divulgação

RIO — Paolla Oliveira deu um nocaute na mesmice, quebrou o protocolo da heroína sofredora e previsível e fez de Jeiza, a policial destemida, sexy e sensível de “A força do querer”, a marrenta que você respeita. Nesse jogo de polícia e ladrão com Bibi (Juliana Paes), quem bateu levou!

— Quando pensei em Jeiza, o que eu não queria era cair no estereótipo, porque ela poderia ser uma lutadora com um tipo determinado, uma policial durona demais, que não fosse solar em casa. Mas criei uma mulher real, lutadora, forte, disponível, turrona, que não leva desaforo para casa. Minha personagem tem características de heroína, sim. A gente fala do poder da mulher, de como se colocar de maneira diferente na sociedade, e acho que a principal colocação que se pode ter na vida é com atitudes. Jeiza tem esse poder todo porque é boa no que faz e tem personalidade — avalia Paolla.

Já não é de hoje que a artista prova que não é só mais um rostinho bonito — e um corpaço! — na TV e no cinema. Com 35 anos, sendo 12 de profissão, Paolla tem dado a cara a tapa, chamando o desafio para si a cada trabalho. Ponto para quem tem a beleza aliada ao talento:

— Até ouço: “Ah, ela não vai ficar bem, é muito doce para fazer tal personagem...”. Mas eu busco não estar numa prateleira. Nunca lidei com meu físico em primeiro lugar, sempre o usei como apoio, não como linha de frente. Mexer na estética, ficar careca, por exemplo, são coisas que a gente consegue ir e voltar. Às vezes, uma cena de choro, de emoção ou uma situação que se parece com a que você já viveu mexe em lugares muito mais profundos. Nessa parte física, eu faria tudo, sim. Eu me empresto mesmo.

A técnica e a energia de Jeiza como lutadora de MMA, cujo objetivo é ganhar o cinturão, ela foi buscar nos tatames da vida real — a atriz tem treinado jiu-jítsu desde agosto do ano passado. Sem dublê por opção para dar mais veracidade às sequências de luta, Paolla parte para a porrada sem medo. Apesar de ensaiadas, nessas cenas, ela admite que já bateu e apanhou:

— Já dei e tomei porrada. Uma vez, levei uma no queixo e dei até uma rodada. Na outra, durante uma gravação, a menina que estava contracenando comigo caiu. Não entendi nada. Daí ela falou: “Pô, você me acertou, deu teto preto, está batendo forte”. Pedi desculpa, foi sem querer, é claro, e aí ficou tudo certo. Acontece, né? (risos).

Na trama, a policial não pensou duas vezes ao abandonar uma luta nos Estados Unidos quando soube que o até então namorado Zeca (Marco Pigossi) tinha sido preso por um suposto envolvimento com o tráfico de drogas. Nesse caso, Paolla diz que faria o mesmo:

— Ela não largou um sonho, não abriu mão dela, abriu mão de uma passagem só. Eu largaria uma passagem da minha vida também, mas sem me abandonar totalmente, sem deixar de fazer tudo por conta de um amor, porque aí você se torna desinteressante, você se perde.

Em nome de uma paixão, umas loucurinhas de vez em quando, segundo a atriz, não fazem mal a ninguém.

— É saudável você perder a cabeça às vezes, fazer pequenas loucuras. É bom estar apaixonada, fazer coisas que vêm do coração, já que andamos tão perdidos de emoção, rígidos, sem tempo de parar e viver — analisa Paolla, para logo ressaltar que tudo tem limite: — Só não vale a pena quando você perde o respeito, a autoestima, o que tem de melhor. Acredito que temos que lutar enquanto estamos inteiros, seja por amor ou qualquer outra coisa.

Pela segunda vez dirigida pelo namorado, Rogério Gomes, de 56 anos — a primeira foi em “Além do tempo”, de 2015 —, a paulistana assegura que no set não cabe ciúme, inseguranças e pudor para gravar cenas de sexo e de beijo. Na hora H, tudo flui. E ela garante que não há qualquer diferença pelo fato de formarem um casal fora dos estúdios.

— Se a gente não se respeitasse no trabalho e não se admirasse enquanto profissionais, não conseguiria levar nada adiante. Então é assim que a gente se trata, cada um com seu profissionalismo e seu mérito dentro do que faz. A gente se dá bem no trabalho e também conversa sobre isso em casa. Tem gente que diz que não fala nada, mas não tem como, porque quando se tem prazer no que faz é natural gostar de falar sobre o assunto. Eu tenho total segurança para fazer o que eu faço, já adquiri isso, e lido assim com todos os profissionais que estão a minha volta também. Cada um dentro de sua função. Não me sinto diferente sendo com ele ou não — frisa a atriz.

Já na ficção, com Jeiza e Zeca, era ódio e desejo, fogo e paixão. Tanto que o casal ganhou até torcida nas redes sociais com a hashtag #Jeizeca. Paolla tira de letra os takes mais íntimos de “A força do querer”, e avisa que é com a mesma intensidade que grava os conflitos policias da heroína, por exemplo. Para ela, não existe distinção:

— Lido da mesma maneira porque também tem que ter muita entrega para subir o morro, para fazer uma cena com fuzil, representar uma classe tão machucada como a dos policias. Não consigo separar as coisas, o mesmo profissionalismo está lá e cá. Com o tempo, fui aperfeiçoando os métodos, fico com um pouco menos de receio. Já fiz coisas que foram questionadas em relação a estar mais nua. Mas se conta a história, eu estou apta a fazer, seja cena de beijo, de amor. Não tenho problema. Nunca tive!

A artista se refere ao fenômeno Danny Bond, a garota de programa de luxo que caiu na boca do povo na série “Felizes para sempre?” (2015), com seu bumbum invejável. Mas, ali, não só as belas curvas da atriz repercutiram. Sua impecável atuação, também.

 

"A personagem era uma prostituta, não tinha como ser contada de outra maneira, precisava passar pelo meu corpo. Acho interessante uma frase que Fernando Meirelles (diretor) falou naquela época, que, se ele pudesse, tiraria aquela cena (dela de costas, só de calcinha) porque não ia fazer diferença. Mas é legal quando uma cena como aquela, que foi tão falada, vem acompanhada do trabalho. Falou-se muito da personagem, que ela era forte, intensa, então, quando vem assim, não tem problema. Só não acho que uma cena com mais exposição de corpo traga esse mérito do trabalho, é o todo que traz — pontua.

A experiência profissional também ajudou Paolla a compreender as dores e as delícias que cercam sua carreira artística. Por se tratar de uma pessoa pública, é alvo constante de julgamentos. Mas nada que tire mais seu sono.

— Já me perturbou muito o fato de eu não ter o controle da minha vida, é estranho não ser dona da sua palavra, da sua verdade. Mas aprendi a ver que a fragilidade está no outro. A gente não precisa agradar a todos — observa a atriz, que faz terapia há alguns anos.

Dona de um corpo escultural, a atriz revela que, com a maturidade, aprendeu a lidar com suas próprias cobranças para se manter em forma e exorcizou o fantasma do radicalismo:

— Hoje estou em paz com meu corpo, mas não com menos esforço. Se eu não tivesse tido problemas no passado, talvez não tivesse me encontrado. Eu fui aprendendo a me conhecer e a gostar de algumas coisas que não tem como mudar. Faço luta, treino com personal, corro uns 40 minutos na rua, ando de bicicleta... Vai do jeito que dá. Fazer exercício não é mais uma opção. Já fiz milhões de dietas, mas agora vejo com menos dificuldade o que eu tenho que tirar do meu dia a dia. Encontrei o equilíbrio. Lá atrás, vinha o resultado, mas eu sofria muito mais. Hoje sofro menos, malho bastante e me privo de algumas coisas, mas não de outras. Ninguém quer uma pessoa magra e triste do lado, né? Os pequenos pecados são uma delícia de cometer!

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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: a força do querer, jeiza, paolla oliveira, Famosos & TV

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